Director do observatório astronómico do Vaticano admite possibilidade de vida extra-terrestre

O director do observatório astronómico do Vaticano, José Gabriel Funes, considera que se deve ter em conta a “possibilidade” de existência de vida extra-terrestre, lembrando que “os astrónomos consideram que o universo é formado cem mil de milhões de galáxias, cada uma composta por centenas de milhares de milhões de estrelas que, na maioria dos casos, poderiam ter planetas”. Numa entrevista ao jornal do Vaticano, “L’Osservatore Romano”, o jesuíta argentino frisa que, em teoria, “poderiam existir formas de vida” e que isso não “constituiria um problema para a nossa fé”. “Como astrónomo, continuo a acreditar que Deus seja o criador do universo e que nós não somos o produto do acaso, mas filhos de um Pai bom, o qual tem para nós um projecto de amor”, refere o Pe. Funes. A entrevista é intitulada “O extra-terrestre é meu irmão” e tem gerado uma onda de interesse um pouco por todo o mundo. José Gabriel Funes tem um doutoramento em astronomia na Universidade de Pádua, sobre o tema “Cinemática do gás nas regiões centrais das galáxias com disco”, que apresentava os resultados obtidos ao “pesar” os buracos negros supermaciços que se encontram no centro das galáxias com disco. Nos últimos anos, trabalhou no estudo da formação estelar nas galáxias próximas, aquelas que não se encontram a uma distância maior de 50 milhões de anos-luz. A formação estelar é um tema chave para poder entender o processo de formação e evolução das galáxias. O Observatório Vaticano foi fundado em 1891 por Leão XIII para mostrar que “a Igreja e os seus pastores não se opõem à ciência autêntica e sólida, tanto humana como a divina, mas abraça-a, impulsiona-a e promove-a com a mais completa dedicação”. Apesar de a sede central do Observatório Vaticano ser em Castel Gandolfo, fundou-se um segundo centro de pesquisa, “The Vatican Observatory Research Group” (VORG) em Tucson, Arizona (EUA) no ano de 1981, quando o céu de Roma estava demasiado brilhante para a observação. Este segundo centro é uma das maiores e mais modernas instituições de observação astronómica. Em 1993, em colaboração com o Steward Observatory, o Observatório Vaticano completou a construção do Vatican Advanced Technology Telescope (VATT) no Monte Graham, Arizona, considerado um dos melhores lugares astronómicos na América do Norte continental.

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