Solidariedade : Jovens colocaram «as mãos na terra» para ajudar a cozinha social

Em tempo de pandemia, horta comunitária já forneceu feijão, alface, courgetes e couves

Foto: Grupo de Jovens de Anta

Porto, 05 jun 2020 (Ecclesia) – Três grupos de jovens da Diocese do Porto uniram-se, desde o início do confinamento, para cultivar uma horta comunitária que agora fornece a cozinha social, uma “experiência muito interessante e de aprendizagem”.

“É uma experiência única, muito interessante e de aprendizagem porque colocar as mãos na terra não é fácil”, afirmou Carolina Marques, do grupo de jovens “Contra a Corrente”, à Agência ECCLESIA.

Foto: Grupo de Jovens de Anta

O grupo de Anta uniu-se à paróquia de Espinho e ao grupo de jovens de Silvalde, da Diocese do Porto, e, desde o início do tempo de pandemia, que a aventura de iniciar e manter uma horta comunitária tem “levado os jovens a trabalhar a terra”.

“A paróquia de Espinho tem uma cozinha social e associámo-nos para a entrega dessas refeições, mas tornou-se dispendioso com o aumento de pedidos de ajuda, eles são capazes de gastar uns 15 kg de feijão para um almoço, apenas. Começámos a pensar no que poderíamos fazer, qual a possibilidade de ter um campo, para cultivar e suprir essa necessidade”, recorda a jovem.

No fim do mês de março surgiu “a oportunidade de ter um campo”, na zona de Anta, e os jovens lançaram um “apelo a pedir sementes” para cultivar o terreno. 

Houve muita gente das várias freguesias a levar sementes, de feijão, alface, tomate, courgete e couve, mesmo pessoas que têm afastamento com a Igreja, mas queriam dar na mesma, criámos um número de telemóvel para nos dizerem e íamos lá buscar as sementes”, explica Carolina Marques. 

Tudo o que vem da horta comunitária é fornecido à cozinha social, “essencialmente para as sopas”, e são todos produtos biológicos. 

Os voluntários estão divididos em oito grupos, “misturam-se as pessoas para criar comunidade” e, aos sábados, “com ajuda de quem sabe”, todos ajudam das 09h00 às 12h00.

“Juntam-se jovens e jovens adultos mas também pessoas mais velhas que pediram para ajudar e sentirem-se úteis, iniciou-se esta primeira horta no fim de março, mas o mais complicado agora é manter”, confessa. 

Na horta os jovens, “sem qualquer experiência”, depararam-se com um problema, “os pássaros comem as sementes todas com muita rapidez” e com a dificuldade nasceu outro projeto comunitário.

“Convidámos a comunidade a fazer espantalhos para a horta, eu não tinha noção que era mesmo preciso”, destaca a entrevistada.

Desde o início desta pandemia que o município de Espinho preparou “tendas e condições” para os sem abrigo ficarem em segurança e os jovens distribuíam lá refeições, mas depois nasceu o sonho de os convidar a ter também uma horta comunitária. 

“Muitas dessas pessoas fizeram programas para se encaminharem na vida mas eles não podem ir para a rua, têm de ter um incentivo para que possam prosperar na vida e resolvemos criar a segunda horta, em Silvalde, que vamos agora iniciar”, conta Carolina Marques.

A segunda horta vai contar com algumas destas pessoas que “poderão ajudar” e ganhar competências de “como trabalhar a terra”. 

SN

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