Dia da Mãe: Ser mãe aos 18 anos e sonhar um futuro com a filha (c/vídeo)

«Ajudou-me a crescer como mulher, amadureci, mudei a minha forma de pensar, procurei criar objetivos» – Inês Viegas

Lisboa, 01 mai 2021 (Ecclesia) – Inês Viegas foi mãe com 18 anos e recorda o percurso que fez, ultrapassando o desconhecido e as dificuldades, mas também a opção de ficar com a sua filha e sonhar um futuro juntas.

“Fiquei grávida, era menor, tinha 17 anos, e na maternidade fui questionada se queria manter a guarda da minha filha ou se queria entregá-la a uma instituição. Escolhi ficar com ela”, conta esta jovem mãe à Agência ECCLESIA.

Confrontada com a notícia da sua gravidez, Inês recorda que “em alguns momentos pensou não levar a gravidez por diante”, mas contou com o apoio quer da mãe como do pai da criança: “Não romantizo a maternidade. Eu tinha 17 anos, não tinha terminado a escolaridade, perguntava-me como teria uma criança. Mas aceitei esta nova etapa da minha vida de ser mãe e estou com ela até hoje e hei-de ficar até sempre”.

“A minha filha foi inesperada. Estava junto com o pai e estava tudo bem até à data, mas entretanto descobri que estava grávida. No início correu bem, mas com divergências, acabamos por romper no meio da gravidez”, acrescenta.

Inês Viegas frequenta o 12º ano e no próximo ano terá formação em “ação educativa”, mas os seus planos passam por continuar a estudar e frequentar o ensino superior.

Hoje com três anos, Carolina tem sido a ajuda de Inês Viegas no caminho de crescimento, no processo de “endireitar o que começou torto”.

“Ajudou-me a crescer como mulher, amadureci, mudei a minha forma de pensar, procurei criar objetivos o que foi muito importante com a finalidade de nunca nos prejudicar e procurando fazer com ela o que não fizeram comigo: Ser presente, prestativa, dar a atenção que ela necessita e dar todo o amor, acho que é o essencial”, sublinha.

Atualmente a residir na Casa São João Paulo II, em Paço d’Arcos, em Oeiras, uma valência da instituição Ajuda de Mãe, que acolhe mães adolescentes que queiram continuar um percurso escolar, Inês Viegas sonha em ter um espaço só seu e da sua filha.

“Estou a vê-la crescer e não a quero dentro de uma instituição, mas com uma vida normal. Há uma creche lá fora, onde estou a estagiar, e também dentro de casa e não quero isso. Quero passar momentos só com ela e não abrir a porta e saber que tenho mais 20 pessoas cá em casa”, conta.

O Dia da Mãe é uma oportunidade de partilha entre as duas.

“É muito divertido. (A Carolina) fica muito feliz por trazer os trabalhos que faz na escola. Tento que para ela o Dia da Mãe seja especial, não seja eu a comemorar mas também que ela goste de o celebrar comigo. Somos importantes uma para a outra, que faça sentido para ela também”, explica.

Hoje Inês Viegas afirma-se “uma mãe feliz”, com objetivos a alcançar e realizada com o que conseguiu junto da sua filha, Carolina.

O programa 70×7 de domingo, pelas 16h25, na RTP2, vai focar diferentes testemunhos e de percursos de maternidade.

HM/LS

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Agência ECCLESIA

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