Desenvolver para lá da economia

Feira dos «Dias do Desenvolvimento», em Lisboa, mostrou trabalho de 57 entidades na promoção humana Lisboa acolheu entre 28 e 29 de Abril a segunda edição dos «Dias do Desenvolvimento», iniciativa do IPAD, sob o tema “Por um Mundo Sustentável – Desenvolvimento e Recursos” , que contou com uma feira onde 57 organizações mostraram o seu trabalho em áreas como a educação, saúde, ecologia ou promoção humana. Entre os vários stands montados no recinto do Centro de Congresso de Lisboa, muitas foram as escolas e os estudantes que passeavam no segundo, e último dia, da exposição. A Agência ECCLESIA também passeou entre os stands. Paulo Costa, dos Leigos para o Desenvolvimento, saúda o facto de o conceito de desenvolvimento, presente na edição, ultrapassar o económico. “Os Leigos acreditam num projecto de felicidade, num processo pessoal, e que aposta em ferramentas que gerem o desenvolvimento dos outros também”. No stand dos Leigos para o Desenvolvimento, uma Organização não Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) de cariz católico, imperou a interculturalidade. Informações várias, o livro sobre os “primeiros 20 anos dos Leigos para o Desenvolvimento”, material do voluntariado missionário, nomeadamente o cd Cantaki e o livro Kontáki, esteve disponível e também um video sobre o dia-a-dia de uma comunidade de leigos em missão. Entre os panos vindos Angola e Moçambique que deram cor ao stand, esteve também em exposição artesanato proveniente dos parceiros nos países de missão. A participação dos Leigos na Feira apontou em vários sentidos. Dar visibilidade ao trabalho que esta ONGD faz, dirigida aos visitantes da feira, mas também aos participantes na exposição” e “estimular trocas de conhecimento e experiências” do trabalho desenvolvido. Paulo Costa não fecha as portas às parcerias que se podem estabelecer, mas no decorrer na exposição “é importante perceber o que cada um faz, conhecer boas práticas, juntar as teorias das universidades com a acção desenvolvia pelas ONG’s e a cooperação”. Nos dois dias da exposição, muitas foram as escolas que visitaram os stands. Alunos do preparatório e do secundário percorreram o espaço com perguntas e levando material informativo sobre o que Portugal tem feito no âmbito da cooperação e desenvolvimento. A proposta dos Leigos dirigida aos jovens do ensino secundário pedia uma interpelação pelo espírito de missão. “Quando chegar a hora e a idade, pensem nisso com seriedade”, explica Paulo Costa. Em representação de 54 ONGD’s esteve a Plataforma portuguesa das ONG’s. Pedro Cruz explica que os Dias do Desenvolvimento servem para “dar visibilidade ao trabalho das organizações”. Muitas das suas associadas estiveram representadas com stands próprios, mas “queremos dar visibilidade também a quem não está”. A Plataforma trabalha na capacitação dos recursos humanos, representam as diversas entidades institucionalmente junto do Ministério dos Negócios Estrangeiros e executa projectos que visa melhorar o trabalho desenvolvido pelas organizações nas diferentes áreas de acção. “Reunimos as competências das ONGD’s e procuramos dar-lhes maior visibilidade junto da opinião pública e maior capacidade de reivindicação junto das entidades oficiais”, traduz Pedro Cruz. Alguns stands depois, cruzamo-nos com a Assistência Médica Internacional – AMI. Miguel Serrano explica a importância de uma organização conhecida a nível internacional estar presente neste encontro. Trabalhando inicialmente com emergências médicas, a AMI foi alargando a ajuda de emergência ao desenvolvimento. “A aposta passa pelo investimento em projectos sustentáveis”. O respeito pelo ambiente é uma das tónicas do trabalho da AMI. Conta, na sua constituição, com um departamento de ambiente. A opinião pública conhece esta organização pelas campanhas de recolha de óleos alimentares, radiografias, toners para reciclagem, mas neste encontro a organização apostou na divulgação de informações na área da saúde e “o trabalho que desenvolvemos na prevenção de doenças”. A Universidade Lusófona esteve presente “porque é o maior grupo de ensino privado em Portugal”, traduz Maria Barbosa. Com vários pólos de ensino (Porto, Torres Vedras, Lisboa, Portimão, Marinha Grande e Óbidos), este grupo abre-se também à educação nos países lusófonos, contando já com pólos de ensino no Brasil, Angola, Cabo Verde e Moçambique, numa clara aposta ao “desenvolvimento educativo destes países”. Entre os 57 stands encontravam-se autarquias, universidades e demais organizações a expor trabalho e a falar com os jovens e crianças. Entre workshops e exposições, os Dias do Desenvolvimento mostraram a aposta no desenvolvimento que tanto a sociedade civil como o Estado (local ou central) preconizam.

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