Covid-19: Luto ainda é vivido de forma limitada, diz psicólogo clínico (c/vídeo)

Hugo Lucas destaca importância do dia de luto nacional

Foto: Lusa

Lisboa, 02 nov 2020 (Ecclesia) – Hugo Lucas, psicólogo clínico no Instituto de São João de Deus, afirmou que muitas pessoas têm “perguntas e interrogações” perante a pandemia que as impedem de iniciar um “pedido de ajuda”.

“Vai ser difícil conseguir perceber se esse sofrimento vai ser encontrado para depois ser vivido”, disse à Agência ECCLESIA.

O especialista sublinhou a importância de se celebrar hoje um dia de luto nacional e homenagem a todos os falecidos, em especial às vítimas da pandemia da Covid-19, que já provocou 2590 mortes.

Hugo Lucas destaca que, no atual contexto, o luto é vivido de forma “muito limitada” e “não resulta apenas de uma perda física”, visto que “não é apenas de um amigo ou familiar”, mas de uma perda do papel social e relacional.

O psicólogo clínico defende que o distanciamento social é uma medida a manter, devido ao aumento no número de mortes e infeções, destacando que, para os  profissionais de saúde e familiares, “a presença digital” também ajuda.

“Através destes meios as pessoas podem sentir-se mais humanizadas na vivência da sua dor”, precisou.

A fragilidade e incerteza diante da vida que se vive no momento atual e “aquilo que o desconhecido provoca” é, desde logo, “uma ameaça e perigo à integridade física de cada um de nós”, realçou o profissional do Instituto de São João de Deus.

O acesso à informação e a clarificação dos conceitos “são importantes” para que as pessoas consigam perceber as “implicações para o futuro e no momento presente”.

As “decisões unilaterais e individuais não ajudam em nada”, adverte os psicólogos.

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Hugo Lucas realça que o luto “não é uma doença”, e que “negar o luto é o pior passo que pode ser dado”, convidando a relembrar o legado e homenagear quem partiu.

No Instituto de São João de Deus existe a possibilidade de consultas de luto e de acompanhamento, que são dirigidas, especificamente, a pessoas que tiveram perdas.

Uma consulta que permite oferecer esta resposta a um “conjunto de necessidades emocionais, psicológicas e emocionais” que as pessoas possam ter nas suas vidas.

A consulta de luto procura que as “pessoas se sintam acompanhadas” porque é “um processo de validação emocional e de nova forma de relação com o outro que partiu”, finalizou Hugo Lucas, entrevistado hoje na emissão do programa ECCLESIA, na RTP2.

PR/LFS/OC

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