Covid-19: D. Pio Alves lamenta incompreensões sobre instituições sociais quando direção e colaboradores são «heróis entre heróis»

Bispo auxiliar do Porto critica contagem de pessoas falecidas com covid-19 e sublinha «generosa dedicação» de membros da direção dos lares de 3ª idade

Porto, 25 abr 2020 (Ecclesia) – D. Pio Alves de Sousa, bispo auxiliar do Porto, escreveu um texto a elogiar o trabalho dos membros da direção dos lares, instituições de solidariedade social, e a “generosa dedicação dos colaboradores” que trabalham em tempo de pandemia.

“Apesar de algumas incompreensões, esta pandemia ajuda a perceber como fostes e sois imprescindíveis. Que seria do País sem o vosso trabalho! Sem as vossas canseiras e a generosa dedicação dos vossos colaboradores esta pandemia seria um pandemónio”, escreve D. Pio Alves num texto publicado no portal da Agência ECCLESIA, intitulado «Heróis entre Heróis».

O responsável lamenta a existência de “modos de apresentação da contagem” de pessoa falecidas com o coronavirus, possa “induzir os mais distraídos a pensar que se não fossem os lares os números de vítimas seriam mais baixos”.

“Mais baixos?! Abandonados nas suas casas, esquecidos, muitas vezes, dos seus familiares, aconteceria que só seriam contados como mortos dentro de semanas ou meses!”, lamenta o bispo auxiliar do Porto.

Dirigindo-se aos “responsáveis pelos lares”, mas sem pretender “secundarizar ninguém”, D. Pio Alves quer enaltecer o trabalho de quem, tantas vezes é tratado como “inimigos a abater”.

“Sabem, acaso, que às vezes, os responsáveis dos lares e também de outras valências das IPSS, são tratados por responsáveis oficiais quase como se fossem inimigos a abater? Sabem, acaso, que, com alguma frequência, as inspeções (legítimas e necessárias!) tem muito pouco de colaboração pedagógica e técnica e mais de “visitas de fita métrica” para verificar se faltam 2cm à porta? Sabem, acaso, que muitas instituições sobrevivem a duras penas e cada fim de mês é um calvário a contar os cêntimos?”, indica.

D. Pio Alves lamenta que os membros das IPSS seja confrontado com advertências como «nós tínhamos avisado …; nós tínhamos advertido …; nós tínhamos mandado».

“Uma alta percentagem da população dos lares, porque são bem cuidados, vai progressivamente aproximando as estruturas residenciais a estruturas de cuidados continuados. Compreende-se facilmente que surjam aí muitas das vítimas”, informa.

Sublinhando os gestos de “generosidade” que o mundo tem manifestado e as palavras de reconhecimento a uma “legião de benfeitores”, D. Pio Alves afirma serem “heróis entre heróis” a quem a sociedade deve agradecer.

LS

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