Organismo da Igreja Católica em Portugal destaca que chegou «a vez das comunidades e da cidadania» atuarem
Lisboa, 26 nov 2021 (Ecclesia) – A Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP), da Igreja Católical, afirma numa nota sobre a COP26 que não se pode “continuar a ignorar os perigos e a adiar as decisões”, bem como “depender só da decisão dos líderes”.
“É agora chegada a vez das comunidades e da cidadania, é agora chegada a nossa vez”, destaca a CNJP, na informação divulgada no seu sítio online.
O organismo da Igreja Católica em Portugal apela a “um genuíno sentido de responsabilidade para com as gerações presentes e futuras”, na linha do comunicado da delegação da Santa Sé que participou na 26.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26), em Glasgow.
“De modo a incentivar e promover as mudanças de estilos de vida e de mentalidades que favoreçam e acelerem o cuidado com a nossa casa comum, de modo a responder verdadeiramente ao grito da terra e ao grito dos pobres”, acrescenta.
Na nota intitulada ‘Agora é connosco – A propósito da COP 26’, a Comissão Nacional Justiça e Paz assinala o existe de “positivo nos acordos assinados e nos progressos feitos”, mas afirma que não pode deixar de reconhecer que “se revelaram tímidos e ficaram muito aquém daquilo que é verdadeiramente necessário”.
“Se ficarmos só com estas decisões, poucas coisas se alterarão, as desigualdades continuarão a aumentar e serão sempre os mais vulneráveis os que mais sofrerão”, alerta.
Por isso, o organismo da Igreja Católica em Portugal afirma que não se pode “continuar a ignorar os perigos e a adiar as decisões”, nem “continuar a depender só da decisão dos líderes das nações”.
“A tarefa que temos pela frente não é fácil, mas, como cristãos, sabemos que o Criador não nos abandona, nunca recua no Seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum”, desenvolveu a Comissão Nacional Justiça e Paz.
A COP26 reuniu mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos, entre 31 de outubro e 13 de novembro, para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.
As organizações portuguesas FEC, Oikos e Zero que participaram na 26ª Conferência das Partes da ONU sobre Alterações Climáticas deram uma nota negativa ao acordo final deste encontro, e criticaram, por exemplo, o recuo em relação ao carvão.
CB
COP26: Santa Sé espera que decisões finais tenham «genuíno sentido de responsabilidade»