COP26: Organizações portuguesas criticam recuo final em relação ao carvão

FEC, Oikos e Zero falam em avanços insuficientes na Cimeira de Glasgow

Foto: Lusa/EPA

Lisboa, 14 nov 2021 (Ecclesia) – O acordo final da 26ª Conferência das Partes da ONU sobre Alterações Climáticas (COP26), que se encerrou este sábado na cidade escocesa de Glasgow, merece uma nota negativa de três organizações portuguesas que acompanharam a cimeira.

“As medidas adequadas no combate à crise climática exigiam uma resposta satisfatória em todos as frentes: mitigação, adaptação, financiamento e justiça climática. Em nenhuma delas esta COP cumpriu inteiramente”, refere uma nota enviada hoje à Agência ECCLESIA pela Oikos, ZERO e Fundação Fé e Cooperação (FEC).

Uma emenda proposta pela Índia levou a considerar a “redução” do uso de carvão, em vez da sua “eliminação”.

As organizações portuguesas consideram “lamentável” este recuo, entendendo que o mesmo “mostra a enorme dependência de muitos países deste combustível fóssil, em particular, que é um elemento fundamental da descarbonização global”.

O acordo alcançado na COP26 mantém o objetivo de tentar limitar o aumento da temperatura média global a 1,5 graus centígrados no final do século.

“Esta COP não assegurou 1,5°C  mas deixou uma porta entreaberta para tentarmos lá chegar. A COP26 vai assim a prolongamento na Cimeira do Clima no Egito em 2022, tempo extra que temos o dever de usar sabiamente”, acrescenta o comunicado.

A Oikos, ZERO e a FEC estiveram presentes na 26ª Cimeira do Clima, na qual os países menos desenvolvidos não conseguiram ver aprovado o mecanismo para as compensações por perdas e danos causados pelas alterações climáticas.

As organizações elogiam o acordo alcançado de redução, até 2030 das emissões de metano e a “ambição” de 23 novos países num acordo que assume o fim do uso de carvão na produção de eletricidade.

O texto deixa nota “negativa” para o que foi alcançado em Glasgow no capítulo do financiamento climático, considerando que há “ainda muito trabalho por fazer”.

“Os mais desfavorecidos continuam ano após ano, COP após COP, a ver os países ricos e poluidores a fugirem às suas responsabilidades, e Glasgow não pôs um termo a isso”, pode ler-se.

OC

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