Condecorações do Vaticano a Cavaco Silva e José Sócrates são acto de «gratidão», diz presidente da Conferência Episcopal

Troca de títulos honoríficos entre Santa Sé e Portugal foi acertada antes da visita de Bento XVI a Portugal

O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, considera que as distinções atribuídas pelo Vaticano ao presidente da República e primeiro-ministro, entre outros dignitários, são um acto de “gratidão” de Bento XVI.

“[A condecoração] deve ter um significado de gratidão a quem permitiu que a visita decorresse como decorreu e, naturalmente, ao povo português”, afirmou o arcebispo de Braga à Rádio Renascença.

“Ninguém ignora que o Santo Padre foi extremamente bem acolhido em Portugal, pelo povo e pelas autoridades. Foi sem dúvida um acontecimento que manifestou uma grande simpatia pelo Papa e, ao mesmo tempo, fé por aquilo que o Papa é”, acrescentou.

Os elementos da comitiva da Santa Sé foram “muito calorosamente recebidos” por “todo o clero e todo o povo”, assinala a mensagem que Bento XVI dirigiu ao “Presidente da Dilecta Nação Portuguesa”, revelada pelo “Expresso” na edição deste Sábado.

De acordo com o semanário, a segunda distinção mais importante do Vaticano, dividida em quatro classes, foi atribuída no dia 29 de Junho, data em que a Igreja Católica evoca a memória dos Apóstolos São Pedro e São Paulo.

A carta que acompanha a condecoração de Cavaco Silva como “Cavaleiro com o Colar da Ordem Piana”, entregue esta Quinta-feira pela Nunciatura Apostólica, salienta a “fé católica” e “o zelo e o empenho” com que o presidente da República exerce o cargo.

Cavaco Silva promulgou no dia 17 de Maio a lei do casamento entre pessoas do mesmo sexo, decisão que suscitou críticas em alguns sectores eclesiais.

Por seu lado, o primeiro-ministro, José Sócrates, recebeu as insígnias da Ordem de São Gregório, a terceira mais importante da Santa Sé, comenda que também foi concedida ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, ao ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, e à primeira-dama, Maria Cavaco Silva.

A troca de títulos honoríficos entre o Vaticano e Portugal foi acertada no seguimento da visita do Papa, que decorreu entre 11 e 14 de Maio, tendo ficado decidido que todos os membros do séquito pontifício receberiam condecorações nacionais, excepto Bento XVI, que recusa distinções pessoais.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top