Coimbra: Diocese ficou um ano à espera de bispo

Um prelado que «está de saída não se sente à vontade para tomar decisões importantes», sublinha membro da Comissão Justiça e Paz

Coimbra, 28 abr 2011 (Ecclesia) – José Dias, membro da Comissão Justiça e Paz de Coimbra, salientou hoje o facto de a nomeação do futuro bispo diocesano ter demorado um ano, forçando a diocese a ficar à “espera”.

“Quando um bispo está de saída não se sente à vontade para tomar decisões importantes”, afirmou o responsável à Agência ECCLESIA, referindo-se ao facto de terem decorrido quase 14 meses desde que o atual prelado, D. Albino Cleto, completou 75 anos e apresentou a renúncia ao Papa, cumprindo a legislação canónica.

Para José Dias, a chegada do novo bispo, padre Virgílio Antunes, marcada para 10 de julho, “vai dar um novo alento à diocese” e proporcionará a oportunidade de retomar a “esperança numa Igreja e sociedade renovadas”.

O responsável, que também integra a Comissão Justiça e Paz a nível nacional, diz não conhecer profundamente Virgílio Antunes, mas está convencido de “se ele era um bom pároco e professor, vai certamente ser um bom bispo”.

O autor do livro ‘Viver o Evangelho Servindo a Pessoa e a Sociedade – Introdução à Doutrina Social da Igreja’ acredita que a diocese vai “ganhar muito” com o futuro prelado por este ser “novo” (49 anos), o que lhe permitiu ser formado depois do Concílio Vaticano II (1962-1965), assembleia que renovou a Igreja Católica.

“É com certeza uma pessoa que ainda não está com os neurónios anquilosados, pelo que será criativo e estará aberto a novas ideias”, apontou José Dias, que espera do até agora reitor do Santuário de Fátima a capacidade de “espoletar carismas escondidos” na diocese.

O antigo professor do Departamento de Química da Universidade de Coimbra considera que Virgílio Antunes vai enfrentar problemas comuns a uma Igreja com “cada vez menos clero” e em que os leigos não estão a assumir todas as suas potencialidades: “Sabemos que há várias soluções na Europa que não estão a ser bem refletidas em Portugal”.

No entender de José Dias, uma das prioridades do novo prelado deverá ser o “diálogo e comunhão entre os fiéis”, dando aos conselhos pastorais paroquiais (constituídos por representantes das estruturas e movimentos eclesiais) mais oportunidades para serem “campos de comunhão e de exercício da corresponsabilidade”

“Espero que o novo bispo possa dar algum contributo para despertar esta Igreja, que está adormecida”, sublinhou o responsável.

A Sala de Imprensa da Santa Sé anunciou hoje que o Papa Bento XVI nomeou como futuro bispo de Coimbra o padre Virgílio Antunes, que vai receber a ordenação episcopal a 3 de julho, no Santuário de Fátima.

RM

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