Ocorre este ano o Bicentenário do nascimento do fundador dos Missionários do Coração de Maria, das Missionárias Claretianas e do Instituto Secular “Filiação Cordimariana”. Com efeito, ele nasceu a 23 de Dezembro de 2007. Trabalhou algum tempo na pequena empresa têxtil da família e, quando se lhe abriam as portas de promissora carreira como industrial, sentiu o apelo de Deus a consagrar a vida inteira ao anúncio do Evangelho. Em 1835 foi ordenado sacerdote. “Ouvi a voz de Deus a chamar-me ao apostolado missionário da Palavra”. Por esse motivo dirigiu-se a Roma para se oferecer à Congregação para a Evangelização dos Povos. Depois de uns anos de pregação intensa por terras da Espanha, fundou a Congregação dos Missionários do Coração de Maria, em 1849. Nessa mesma altura foi nomeado arcebispo de Santiago, em Cuba: “posso dizer que passei a vida a pregar e a visitar a diocese”. Já então iniciara um movimento de leigas consagradas, embrião do actual Instituto Secular “Filiação Cordimariana”. Em 1857 a rainha de Espanha, Isabel II, nomeou-o Conselheiro da Corte. Nesses tempos conturbados para a Igreja, moveu a sua influência a favor de numerosas Congregações nascentes. Participou no Concílio Vaticano I e veio a falecer na França, em 1870. “Em Paris e em Roma preguei a Lei de Deus através da palavra oral e escrita”. Aliás, ao longo de toda a sua vida não fez outra coisa. Dotado de notáveis atributos, aplicava-se incansavelmente à difusão da Palavra de Deus sob as mais diversas formas. A Congregação dos Missionários do Coração de Maria, com um pouco mais de três mil membros, estende-se, hoje, de Portugal a Timor, do Equador à Rússia, da Austrália ao Quénia, da Eslovénia à China. A Província Portuguesa dos Missionários Claretianos alarga-se até Angola e São Tomé e Príncipe. Em Portugal, além da “Filiação Cordiamriana”, estão presentes, em Fátima, na “Casa de São Miguel”, as Missionárias de Santo António Maria Claret, fundadas pelo bispo claretiano brasileiro D. Geraldo Fernandes e pela Serva de Deus Madre Leónia Milito. Os membros da Família Claretiana desejam que a celebração deste Bicentenário, além de agradecimento a Deus pelo dom eclesial que foi Santo António Maria Claret, seja um novo estímulo para seguirem com renovado empenho, o dinamismo de santificação e apostolado que ele lhes deixou. De resto, Pio XI declarou-o “um santo para todos, porque ao serviço de todos se entregou, nas mais variadas situações da vida”. O mesmo Sumo Pontífice apresentou-o como “apóstolo moderno”. Soube unir “a pregação evangélica, o apostolado da caridade, a organização missionária e a pastoral dos meios de comunicação”. Os Missionários Claretianos inauguram, no dia 11 de Novembro, o “Santuário do Coração de Maria”, no Seminário dos Carvalhos. Preside à cerimónia o Cardeal José Saraiva Martins, antigo aluno desse Seminário.