Celibato: Cardeal Kasper diz ter pedido estudo sem intenção de «abolir» prática da Igreja

Teólogo alemão acompanhou o actual Papa na redacção de um memorando, em 1970, e diz que «as coisas mudaram»

Lisboa, 07 Fev (Ecclesia) – O cardeal alemão Walter Kasper, considera que os “tempos mudaram” desde que pediu um estudo sobre a necessidade do celibato obrigatório para os padres, em 1970, afirmando nunca ter pedido a abolição da prática da Igreja.

Walter Kasper, presidente emérito do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, assinou, tal como o actual Papa, Joseph Ratzinger, um memorando aos bispos alemães por um grupo de nove teólogos, entre eles Karl Rahner, Otto Semmelroth e Karl Lehmann, pedindo um estudo sobre a obrigatoriedade do celibato.

Em declarações à ECCLESIA, à margem das celebrações do dia nacional da UCP (4 de Fevereiro), o antigo membro da Cúria Romana esclarece que a intenção era “discutir” a questão, mas sem qualquer proposta de “abolir” essa disciplina eclesial.

“Entretanto, discutiu-se muito, houve três sínodos mundiais que falaram do celibato e decidiu-se manter esta disciplina, eu próprio acredito que o celibato é um bem da Igreja”, assinala o cardeal Walter Kasper.

Na última semana, mais de 140 teólogos católicos de universidades alemãs, suíças e austríacas subscreveram uma petição – «Igreja 2011: uma renovação indispensável» – a pedir uma reforma de fundo da Igreja, abordando, entre outros, o fim do celibato obrigatório para os padres.

O documento foi divulgado a 4 de Fevereiro, sexta-feira, na edição do jornal alemão «Süddeutsche Zeitung».

[[v,d,1791,Teólogo alemão acompanhou o actual Papa na subscrição do documento]]O cardeal Kasper admite que a discussão “nunca está encerrada”, mas sublinha que a decisão da Igreja sobre esta matéria “está tomada” e que o actual Papa não pensa “mudar esta disciplina” do celibato obrigatório.

Walter Kasper esteve em Lisboa, na última semana, para receber o doutoramento «honoris causa» outorgado pela Universidade Católica Portuguesa, mostrando-se “honrado” com a distinção.

D. José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa e magno chanceler da UCP, refere à ECCLESIA que o cardeal alemão tem sublinhado “o estudo da religião, da teologia como cultura, como um esforço contínuo de pensar o homem e a realidade em chave cristã”.

O cardeal Kasper foi nomeado em 2001 pelo Papa João Paulo II para presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, cargo que exerceu até Julho de 2010.

PTE/OC

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