Cáritas: «As mãos são o principal e aqui contamos com duas mil» – Manuel Antunes

Presidente da Cáritas Diocesana de Coimbra elogia «corpo de ajuda» da instituição

Coimbra, 11 dez 2021 (Ecclesia) – Manuel Antunes, presidente da Cáritas Diocesana de Coimbra, disse à Agência ECCLESIA que ali contam com “duas mil mãos” para um trabalho diário de cuidado ao outro, nas variadas valências.

“Seja para dar pão, levantar alguém ou pegar ao colo as crianças nas creches, as mãos são o principal e contamos com duas mil mãos a trabalhar aqui, um fator essencial… Que servem para lavar roupa, para limpar e ajudar a dar banho, nas casas que temos no centro da cidade, mas também são mãos que, depois de dar uma sopa, cumprimentam”, indica, numa entrevista a respeito dos 65 anos da Cáritas em Portugal e do 70.º aniversário da ‘Caritas Internationalis’, que se assinala a 12 de dezembro.

O responsável admite que já existem “mãos rugosas e com muitos calos”.

“Muitas tarefas que não vemos, cozinheiros, empregados de oficina, da lavandaria, e ao fim de uma vida, de 30 ou 40 anos aqui a trabalhar estarão de certeza com alguns calos”, indica o presidente da maior Cáritas diocesana de Portugal.

Manuel Antunes aponta vários aspetos, “dos números de funcionários, ao orçamento”, sempre com a “necessidade de olhar e ir à procura de quem precisa”.

Temos a necessidade de olhar e ir à procura de quem precisa de nós e não só esperar quem vem ter connosco, ainda para mais neste tempo em que estamos numa situação aguda do ponto de vista social, familiar e económico, naturalmente”.

O responsável sustenta  que a “voz da Cáritas é escutada”, mas que “muitas vezes não querem mostrar, atuando de modo silencioso”, com a “noção de que a sociedade de Coimbra precisa de saber o que a Cáritas faz”.

“Uma das coisas que temos procurado é atrair mais voluntariado, mas as pessoas têm receios, as nossas instituições são potenciais para infeção e as pessoas não querem, mas provavelmente podemos sempre fazer mais”, afirma.

Foto: Agência ECCLESIA/LFS

Com as dificuldades agravadas pela pandemia, Manuel Antunes acredita que a Cáritas “não pode estar muda perante os problemas que tema à sua volta”, num compromisso que é mais de “ação do que palavras”.

“Queremos caminhar com e ao lado mas caminhar para, porque temos de ir à procura de quem necessita, sobretudo na área da pobreza, temos equipas de rua, em colaboração com técnicos da câmara, que fazem rondas de rua, que vão à procura dessas pessoas sem abrigo, muitas com adições, droga e álcool, e muita gente recusa, muita gente vive na rua a quem demos condições, e voltam depois para a rua e não querem essa ajuda”, aponta.

“O amor que transforma” é o mote para esta evocação dos 65 anos da Cáritas em Portugal, que espelha anos de solidariedade, na missão de ajudar, amparar e apoiar todos aqueles que estão em dificuldades, serve de mote para o programa ’70×7′, deste domingo, pelas 17h30, na RTP 2, e na Antena 1 da rádio pública, pelas 06h00 do mesmo dia.

LFS/SN

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