Guilherme d’Oliveira Martins falou à Agência ECCLESIA sobre os futuros santos João Paulo II e João XXIII
Lisboa, 23 abr 2014 (Ecclesia) – O presidente do Centro Nacional de Cultura, Guilherme d’Oliveira Martins, acredita que as canonizações de João XXIII e João Paulo II mostram que “a santidade é um desafio para quem coloca a dignidade da pessoa humana em primeiro lugar”.
As canonizações de João XXIII e João Paulo II em simultâneo representam “exemplos dos dias de hoje”, dado que mostra que “a santidade é um desafio para todos os homens e mulheres de boa vontade e para todos os que põem a dignidade da pessoa humana em primeiro lugar”, disse à Agência ECCLESIA.
Analisando a canonização do Papa João XXIII, o presidente do Centro Nacional de Cultura considera que esta “é um ato de justiça, dado que ele foi uma surpresa na Igreja, todos julgavam que seria um Papa de transição, mas era alguém que tinha uma grande experiência diplomática, um grande conhecimento do mundo e tem uma decisão profética que é convocar o Concílio Vaticano II”.
Com o Concílio Vaticano II, João XXIII quis “acabar com uma Igreja fechada sobre si própria e acabar com um certo eurocentrismo da Igreja para compreender afinal a exigência da globalização”, acrescenta.
Guilherme d’Oliveira Martins acredita no entanto que o legado de João XXIII vai muito além da convocação do concílio dado que “foi um Papa que alertou para os sinais dos tempos” ao lembrar os cristãos “ de que o mundo está em constante mudança e que é indispensável compreender essa mudança”.
Quanto ao Papa João Paulo II, o presidente do Tribunal de Contas enaltece que este “é uma referência contemporânea” porque “se João XXIII abriu a Igreja à globalização João Paulo II abriu-a ao debate e à reflexão sobre o mundo contemporâneo, o mundo do trabalho e ao mundo dos excluídos que precisam também de ter voz”.
As 104 viagens que o levaram por toda a parte revelam “a igreja global, universal que põe a dignidade humana em primeiro lugar”, conclui.
O Papa Francisco presidiu no dia 30 de setembro de 2013 a um consistório ordinário público no Vaticano para aprovar as causas de canonização de João Paulo II e João XXIII, marcando a cerimónia para este domingo.
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