Bragança: Concatedral de Miranda do Douro recebe «Crucifixo de pousar» do século XVI restaurado

Valorização do património afirma «vitalidade e o potencial cultural» da Diocese

Foto: Diocese de Bragança-Miranda

Miranda, 15 jul 2021 (Ecclesia) – O Museu da Terra de Miranda concluiu a ação de conservação e restauro de um Crucifixo de pousar, datado da segunda metade do século XVI, que pode ser visitado Concatedral de Miranda do Douro.

“A imagem do Cristo de Marfim foi restaurada através do Museu da Terra de Miranda, com a ajuda de mecenas e outros apoios externos, à semelhança de outro espólio da Concatedral de Miranda do Douro já intervencionado e disponibilizado ao público”, destaca um comunicado da diocese de Bragança-Miranda enviado à Agência ECCLESIA.

A obra, “crucifixo de pousar com a imagem de Cristo morto”, é feita em marfim, tendo a cruz em madeira decorações “com incrustações de madrepérola”, assumindo “caraterísticas estilísticas e técnicas” que remetem para a “arte cíngalo-portuguesa, nascida do contacto dos portugueses com os artesãos do Ceilão (atual Sri Lanka) desde o século XVI”.

O crucifixo integra o espólio da Concatedral de Miranda do Douro, a par de peças de “pintura, escultura e arte sacra” que podem ser visitadas no “Núcleo Expositivo da Concatedral, aberto ao público em dezembro último”.

“A exposição, além de cumprir o objetivo de salvaguarda, conservação e valorização do património, afirma a relevância, a vitalidade e o potencial cultural do que foi a Diocese de Miranda, ao mesmo tempo que revela a urbanidade e mundividência dos prelados que ocuparam o trono episcopal mirandês, assim como do investimento que foi realizado para que este templo fosse, de facto, brilhantíssimo em termos artísticos e arquitetónicos”, pode ler-se.

A passagem da sede da diocese para a cidade de Bragança aconteceu há 240 anos.

“Estas obras de arte, de apreciável valor cultural, abrem agora espaço à consolidação e integração do acesso ao património artístico e religioso da Terra de Miranda, e àquilo que foi, e é, parte da sua herança sociocultural, que se destacou a partir da criação da Diocese em meados do século XVI”, informa.

A diocese destaca ainda que o conjunto de obras, a visitar na Concatedral de Miranda, estão pela “primeira vez à fruição do público”.

“O espaço, que atualmente aloja a exposição, encontra-se instalado numa das antigas sacristias da Sé e a sua intervenção e remodelação foi desenvolvida pela Direção Regional de Cultura do Norte no âmbito da Operação «Rota das Catedrais no Norte» de Portugal, e cofinanciada pelo Programa Operacional Norte 2020”, sublinha.

Na última semana, o presidente da República esteve na região mirandesa para assinalar os 476 anos de elevação de Miranda do Douro a cidade.

LS

 

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