Bispo de Leiria-Fátima contra uma «Igreja pessimista»

“Não quero uma igreja pessimista”, disse este Sábado D. António Marto, na vigília de Pentecostes em Leiria. Na Sé cheia de fiéis, representando as quatro dezenas de movimentos, associações, novas comunidades e outras obras apostólicas da Diocese de Leiria-Fátima, o Bispo local reconheceu que o Espírito Santo continua, também hoje, a surpreender-nos com os seus dons. Eles suscitam forças de renovação e de dinamismo evangelizador. São, por isso, motivo para uma visão positiva e animadora. Partindo da experiência do profeta Elias, convidado a sair da caverna em que se refugiara para receber a iluminação e consolação do Espírito de Deus, o Bispo de Leiria-Fátima convidou os católicos a saírem da caverna dos seus medos e a cooperarem com a acção do Espírito para testemunharem a ternura de Deus aos homens e mulheres do nosso tempo. E exortou ainda os diferentes movimentos e novas comunidades a darem as mãos, com verdadeiro sentido de Igreja, na comunhão e na missão que Cristo a todos confiou. O Espírito Santo, quando desceu dos céus, não foi só para alguns, esquecendo os outros. Foi e é-nos enviado a todos sem excepção. Nesta perspectiva, vivemos, na noite de 10 de Maio, a Vigília de Pentecostes, presidida pelo D. António Marto. É de louvar porque esta vigília foi preparada por representantes de vários movimentos, associações e obras apostólicas que, com as suas diversidades, uniram-se e, caminhando à luz do Espírito Santo, mostraram-nos o que cada um vive. Eles testemunham também a Ternura de Deus à Igreja, através dos carismas que o Espírito Santo distribui aos fiéis de todas as classes sem excepção. À semelhança do Pentecostes, frisou D. António, na homilia, também nós éramos como os Apóstolos reunidos no cenáculo. Como eles, também nós vivemos a alegria do Espírito Santo. Um dos momentos mais belos e significativos da Ternura de Deus foi ver chegar até ao meio de nós, o ícone da Virgem da Ternura, colocada no centro de um enorme coração. Foi, depois, rodeada pelos dons do Espírito Santo, trazidos pelos diversos movimentos e que representava os vários carismas que neles actuam. O cântico entoado nesse momento sublinhava o papel de Maria: Ela é o sol, o farol, o poema de amor, capaz de abraçar este nosso mundo com carinho e ternura, mostrando-nos o Seu sorriso e transmitindo-nos o Seu Verdadeiro Amor: O Amor de Mãe. Momento marcante foi igualmente aquele em que ouvimos, com elevado regozijo, os testemunhos de uma família de três filhos, de um jovem, de uma pessoa portadora de deficiência e de um ex-toxicodependente. Apesar de cada um ser diferente, porque é único, todos se encaminhavam para o mesmo: para o Amor de Deus e para a confiança que Ele nos dá, tornando capaz de mudar e encher de esperança a vida. Sim, valeu a pena estarmos reunidos a celebrar esta Vigília, como nos perguntava D. António no final, pois ficámos mais ricos, quer interior quer exteriormente, e cheios de vontade de ir por todo o mundo anunciar e proclamar o Evangelho. E mais capazes de mostrar aos outros, sem medo, que este Deus em que acreditamos e nos alegramos é, sem duvida, o Deus de Amor. Portanto, uma coisa é certa: não devemos resistir ao Espírito Santo! Deixemo-l’O actuar no nosso coração, e tenhamos confiança, porque nos conduz pelos caminhos que Deus nos propõe! Jorge Germano Dias de Brito, João Marques Ferreira dos Santos e Hélio José Bliz Barradas, seminaristas.

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