Açores: Santuários diocesanos de Angra, um roteiro pelo património religioso em quatro ilhas

D. António de Sousa Braga preside  à festa do Santuário do Bom Jesus Milagroso do Pico, onde foi homenageado pelos 25 anos do seu episcopado

São Mateus, Açores, 06 ago 2021 (Ecclesia) – O Santuário do Bom Jesus Milagroso, em São Mateus (Pico), na Diocese de Angra vive hoje o seu dia de festa, limitada pela pandemia, e o seu reitor destaca que existem “condições para um roteiro” dos santuários diocesanos.

“Esta diocese vive desde o seu povoamento a sua fé que se expressa na religiosidade deste povo e destas gentes. Os cincos santuários desta diocese exprimem bem esta vivência do povo açoriano, quer nas ligações cristológicas, ou Cristo sofredor, quer nas ligações marianas”, disse o padre Marco Martinho em declarações à Agência ECCLESIA.

A Diocese de Angra, que corresponde ao Arquipélago dos Açores, tem três santuários cristológicos – Santo Cristo dos Milagres, Bom Jesus do Pico e Santo Cristo da Caldeira – e dois marianos – Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora dos Milagres.

“Há condições para que haja um roteiro dos santuários; Uma visita que possa ser realizada às várias ilhas, não somente no património religioso mas também natural que vale a pena ser visitado”, acrescenta o reitor do Santuário do Bom Jesus Milagroso do Pico.

Os cinco santuários diocesanos encontram-se em várias ilhas do arquipélago português: Na ilha de São Miguel, o Santuário de Santo Cristo dos Milagres é “o mais emblemático e mais conhecido por todo o mundo”; na ilha terceira, sede do episcopado, encontram-se dois santuários marianos, o santuário de Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Angra, e numa freguesia rural o Santuário de Nossa Senhora dos Milagres da Serreta.

Na Ilha de São Jorge encontra-se o Santuário do Senhor Santo Cristo da Caldeira, “numa das célebres fajãs”, e na ilha do Pico está o Santuário do Senhor Bom Jesus “no sopé da montanha do Pico, a mais alta do país”, que chama “a atenção também para a grandeza de Deus na natureza”.

O santuário vive hoje o seu dia de festa, com o lema ‘Senhor Bom Jesus: Caminho, Verdade e Vida serás a nossa esperança’, que é presidido pelo bispo emérito de Angra, D. António de Sousa Braga.

No contexto da pandemia de Covid-19, não se vão realizar as tradicionais procissões pelas principais artérias de São Mateus e dentro do santuário vão observadas todas as regras de segurança e higiene

A festa remonta a 1862, quando o emigrante Francisco Ferreira Goulart trouxe do Brasil uma imagem do Senhor Bom Jesus, e o santuário foi criado santuário diocesano 100 anos depois da primeira festa.

“Uma imagem do Ecce Homo de corpo inteiro, de tamanho natural; Destacamos nesta devoção esta empatia entre o povo e a imagem que fala pelo seu olhar, pela sua postura, e na sua verticalidade chama a atenção para a verticalidade de cada cristão”, desenvolveu o padre Marco Martinho, nas ‘Conversa na Ecclesia’, deste mês de agosto, transmitida esta quinta-feira.

O reitor do Santuário do Bom Jesus Milagroso salienta que é a segunda “grande festa religiosa” da diocese e, no dia 6 de agosto, “todos os caminhos do mar e da terra” vão dar a este santuário.

Os Açores são conhecidos pelas suas paisagens e o padre Marco Martinho destaca que “uma particularidade interessante” é que apenas dois dos cinco santuários da Diocese de Angra estão em “grandes cidades” mas mesmo nestes quem quiser depois pode “visitar a natureza”.

CB/OC

D. António de Sousa Braga foi homenageado esta quarta-feira pelo Clero do Pico pelos 25 anos do seu episcopado, numa celebração a que se juntaram alguns sacerdotes de outras ilhas.

A homenagem decorreu no último dia do novenário preparatório da festa do Senhor Bom Jesus Milagroso do Pico.

“É com alegria que hoje nos unimos a si em ação de graças pelo seu múnus episcopal, ao longo destes 25 anos, mas muito particularmente pelos 20 anos que serviu e conduziu este rebanho diocesano” salientou o ouvidor eclesiástico do Pico, padre Marco Martinho.

“Dentro deste seu carisma de proximidade com o presbitério e os diocesanos, o Senhor D. António foi um Bispo presente, apesar da dispersão arquipelágica açoriana, circulando por todas as ilhas e suas comunidades, tornando-se querido e amado por este seu povo” disse ainda, citado pelo portal ‘Igreja Açores’.

O padre Marco Martinho, que foi ordenado pelo bispo emérito de Angra, no ano 2000, referiu-se a D. António de Sousa Braga como “um bispo presente, próximo, dialogante e amigo”.

Em nome da comunidade picoense, o reitor do Santuário diocesano do Senhor Bom Jesus Milagroso ofereceu uma cruz peitoral em osso de cachalote, “fruto do trabalho árduo dos baleeiros picarotos que a habilidade do artesão transformou em alfaia litúrgica, sinal da fé deste povo”.

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