Açores: Festa em honra do Santo Cristo pretende ser um «estímulo para as dificuldades das pessoas»

Reitor do Santuário diz que é cada vez mais elevada a percentagem da população que acorre àquele local em culto em busca de apoio

Angra do Heroísmo, Açores, 23 mai 2014 (Ecclesia) – O reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, na ilha açoriana de São Miguel, espera que as festividades deste ano sirvam de “estímulo para as dificuldades das pessoas”.

Em entrevista ao gabinete de comunicação da Diocese de Angra, o monsenhor Augusto Cabral mostra-se apostado em fazer da celebração em honra do “Senhor das Ilhas” um “encontro de esperança para as famílias e comunidades” da região, fortemente afetada pela crise económica e social.

De acordo com aquele responsável, é cada vez mais elevada a percentagem da população, “de todas as idades e estratos sociais”, que acorre ao Santuário do Santo Cristo em busca de “apoio material” e “espiritual”.

 “Chega a ser assustador o número de pessoas que nos procura por causa de problemas concretos de famílias destroçadas, conflitos de geração, dificuldades de entendimento, para não falar daqueles problemas de adição como o álcool ou a droga”, salienta o reitor.

Numa tentativa de ir ao encontro desta realidade, a solenidade do Senhor Santo Cristo, presidida este ano pelo bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos, tem como tema “Encontro com a Esperança”.

O programa religioso começou hoje com uma eucaristia na igreja do Santuário, presidida pelo bispo de Angra, D. António Sousa Braga, especialmente dedicada a todos os doentes.

Para amanhã e domingo estão reservados os eventos de maior destaque, com a mudança da Imagem do Senhor Santo Cristo, a vigília nas Igrejas de Nossa Senhora da Esperança e de São José, a eucarística solene no Campo de São Francisco e a Procissão em honra do Senhor pelas principais ruas de Ponta Delgada.

Para o monsenhor Augusto Cabral, “a Igreja é, sem sombra de dúvida, uma resposta importante e sólida” para as pessoas, sobretudo no acolhimento àquelas que enfrentam provações de diversa ordem e procuram alento na vivência espiritual.

“O acolhimento é uma arte e é uma ciência. Temos de saber acolher porque hoje a forma como acolhemos é determinante. A primeira impressão é decisiva. O que se diz, o que se faz, o que se transmite é absolutamente fundamental para garantir o nosso sucesso no sentido de fazermos com que as pessoas se sintam bem”, sustenta.

A celebração do Senhor Santo Cristo, que remonta ao século XVIII, é considerada o acontecimento religioso de maior expressão nos Açores, a seguir às celebrações do Espírito Santo.

Todos os anos, ela atrai de volta ao Arquipélago milhares de açorianos provenientes das diversas regiões de Portugal e do estrangeiro, como por exemplo dos Estados Unidos da América e do Canadá.

GIDA/JCP

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