Absentismo, uma arma perigosa

Paulo Rocha, Agência Ecclesia

É uma história com alguns anos… Aconteceu no dia seguinte a umas eleições, legislativas creio, e nas primeiras conversas da manhã. Com o café, comentavam-se as margens das sondagens à boca das urnas, os resultados, os discursos de vencedores e vencidos e festejos ou arriar das bandeiras. Ao grupo chega uma voz e pergunta sobre o que acontecera de tão importante assim… “Eleições, claro!”. “Eleições, onde?”, questiona ainda com mais insistência. “Aqui, em Portugal”, respondemos, com espanto e perguntando se não tinha votado…. “Votar, nem penses…”

O discurso aconteceu na capital portuguesa em ambiente de trabalho. O que revela em relação à política? Distância, revolta, divórcio, rebeldismo, descrédito?

Precisamente um mês depois de comemorar os 40 anos do 25 de abril, de Portugal ter festejado a liberdade e a possibilidade de participar ativamente nos processos democráticos, a renúncia ao direito do voto é paradoxal, mesmo admitindo que metade da população portuguesa não tenha memória das décadas de tensão social e política, de perseguições por causa da justa liberdade de expressão e ainda menos da existência de vozes de comando únicas!

A participação de todos os cidadãos na construção das comunidades nacionais, a convivência pacífica entre os países da Europa e a cooperação entre eles foi o sonho dos “pais da Europa”, agora cada vez mais ameaçada por extremismos que resultam não não de revoluções armadas mas das urnas… Está, por isso, no voto de cada cidadão europeu o futuro do Continente.

A Europa não pode desistir da democracia! E não votar, mesmo por não acreditar nos possíveis eleitos, é desistir da democracia. “O absentismo é uma arma perigosa que facilmente acaba por penalizar quem a usa”. A afirmação está no documento publicado pela Conferência Episcopal Portuguesa no contexto das eleições europeias. Uma certeza que está longe de chegar aos ouvidos de quem se abstém. O melhor mesmo é não usar essa arma!

Paulo Rocha

a convivência pacífica entre os países da Europa e a cooperação entre eles foi o sonho dos “pais da Europa”, agora cada vez mais ameaçada por extremismos que resultam não não de revoluções armadas mas das urnas… Está, por isso, no voto de cada cidadão europeu o futuro do Continente.

A Europa não pode desistir da democracia! E não votar, mesmo por não acreditar nos possíveis 

a convivência pacífica entre os países da Europa e a cooperação entre eles foi o sonho dos “pais da Europa”, agora cada vez mais ameaçada por extremismos que resultam não não de revoluções armadas mas das urnas… Está, por isso, no voto de cada cidadão europeu o futuro do Continente.

A Europa não pode desistir da democracia! E não votar, mesmo por não acreditar nos possíveis

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