Aborto: Federação Portuguesa pela Vida fala em «ferida aberta», 10 anos após referendo

«Questão não ficou definitivamente resolvida», defendem responsáveis da instituição

Lisboa, 12 fev 2017 (Ecclesia) – A Federação Portuguesa pela Vida promoveu este sábado um encontro sobre os 10 anos de despenalização do aborto em Portugal e sublinhou que esta é uma ferida “aberta”.

A iniciativa decorreu na Associação Comercial de Lisboa, o mesmo local em que a campanha do ‘Não’ seguiu a evolução dos resultados do referendo de 2007.

António Pinheiro Torres, vice-presidente da Federação Portuguesa pela Vida, disse neste encontro que o trabalho contra a despenalização do aborto continua a fazer sentido.

“A ferida continua aberta, a questão não ficou definitivamente resolvida. Não sei se é hoje, se é amanhã, se é daqui a uns anos mas a questão não está resolvida. E quando a questão não está resolvida, continuamos a trabalhar sobre ela”, disse, numa intervenção enviada à Agência ECCLESIA.

“Não pararemos enquanto nas nossas cidades houver uma mulher que diga ‘eu abortei porque não encontrei quem me ajudasse’”, acrescentou.

No encontro foram mostrados os filmes de uma reportagem televisiva da ‘Caminhada pela Vida’ bem como as declarações do ‘Não’ pela voz de Isilda Pegado e João Paulo Malta.

O programa incluiu uma mesa-redonda com associações que trabalham no terreno na ajuda a grávidas em dificuldade (Vida Norte do Porto, ADAV de Aveiro e Viva Há Vida da Margem Sul) ou na dissuasão de ultima hora junto à Clinica dos Arcos, em Lisboa.

Francisco Vilhena da Cunha, diretor do gabinete de estudos da Federação Portuguesa pela Vida, apresentou os resultados oficiais do aborto a pedido da mãe introduzido na sequência do resultado do referendo de 2007.

Em 2015, ano dos últimos dados disponíveis, houve 15 873 abortos por decisão das grávidas, em Portugal, número que representa um decréscimo de 1,9% em relação a 2014.

Os números mostram que 21% das mulheres que abortaram em 2015 já tinham feito uma intervenção, anteriormente; quase 6% tinha feito duas e 2,5% já tinham realizado três ou mais.

No total, desde a despenalização do aborto até às 10 semanas de gravidez, em 2007, foram feitas mais de 150 mil interrupções.

OC

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