A Igreja portuguesa precisa de uma conversão cultural

O Pe. José Tolentino Mendonça, secretário da Comissão Episcopal da Cultura, defende que a Igreja Católica em Portugal precisa de uma conversão cultural. Para este responsável, conhecido pela sua contribuição para a vida cultural portuguesa, o projecto da nova Evangelização “deveria privilegiar uma nova inculturação do cristianismo, enfrentando o problema cada vez mais decisivo da sua tradução cultural”. “A vasta realidade da acção e animação pastoral, que se distribui por âmbitos e níveis tão diversos, e quase esgota a totalidade dos esforços, não deveria preocupar-se com a espessura cultural das suas propostas e objectivos?”, pergunta o Pe. Tolentino Mendonça no editorial do nº 3 da publicação “Observatório da Cultura”, disponível também on-line (www.ecclesia.pt/cec). O poeta e exegeta lamenta que a sociedade tenha uma imagem da Igreja como “um circuito fechado e parcelar, sem a capacidade de fazer emergir as questões de fundo”. Para este responsável, é fundamental voltar a estar no centro dos debates culturais que estamos a viver, “interagir positivamente com eles e estimular os crentes a se constituírem protagonistas dessa elaboração, segundo o mandato evangélico”. De acordo com o secretário da Comissão Episcopal da Cultura, os desafios do Catolicismo têm a ver não só com a condição histórica do caminho crente, “mas também à eficácia cultural da própria Fé”. Partindo da passagem evangélica “Vós sois o sal da terra… Vós sois a luz do mundo…” (Mt 5,13s), o texto refere que “o sal e a luz incitam à pertinência do testemunho: mais do que assistir às grandes transformações da terra e do mundo sugerem uma presença determinante dentro dessas transformações”. “Há uma pergunta que o nosso tempo vem tornando premente: a acção pastoral necessita de uma conversão cultural?”, conclui.

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