Itália: Papa levanta voz em defesa dos direitos à paz, à esperança e à cultura

Discurso na Universidade de Bolonha, a mais antiga da Europa

Bolonha, Itália, 01 out 2017 (Ecclesia) – O Papa Francisco discursou hoje na Universidade de Bolonha, considerada a mais antiga da Europa, para apelar à defesa dos direitos à paz, à esperança e à cultura, com unidade no Velho Continente.

“Perante a paz, não podemos ser indiferentes ou neutros”, advertiu, recordando a experiência das duas Guerras Mundiais, no século XX.

Francisco apontou o dedo aos “interesses” dos que “fabricam a violência” e traficam armas, “espezinhando a paz com os seus negócios”.

“Repetimos: nunca mais a guerra, que nunca mais estejamos uns contra os outros, nunca mais uns sem os outros”, apelou.

O encontro com os estudantes e o mundo académico desafiou os jovens a “sonhar em grande”, procurando “afirmar os direitos das pessoas e dos povos, dos mais fracos, de quem é descartado”.

Apelando a “um novo humanismo europeu”, o Papa lamentou a prevalência de modelos de vida “banais e efémeros”.

""Ulisses, para não ceder ao canto das sereias, que enfeitiçavam os marinheiros e os empurravam contra as pedras, amarrou-se ao mastro do navio e tapou os ouvidos dos companheiros de viagem. Orfeu, para contrariar a música das sereias, fez outra coisa: entoou uma melodia mais bonita, que encantou as sereias"", referiu.

Perante centenas de pessoas reunidas na Praça de São Domingos, Francisco sublinhou o “caráter universal” do saber académico, que “não tem nunca medo de incluir”.

“É preciso dar espaço ao direito à esperança, que é o direito a não ser invadido diariamente pela retórica do medo e do ódio”, prosseguiu.

Antes deste encontro, o Papa tinha-se reunido na Catedral de Bolonha com membros do clero e de institutos religiosos, a quem recomendou atenção aos mais pobres, com alertas contra o clericalismo e o carreirismo na Igreja.

“Hoje, gostei muito do almoço: não tanto porque a lasanha estava mesmo boa, mas gostei porque ali estava o povo de Deus, também os mais pobres, ali, e os pastores estavam lá, todos no meio do povo de Deus”, referiu.

OC

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Agência ECCLESIA

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