Açores: Sacerdotes têm «especiais responsabilidades» num mundo mais solidário – Rogério Roque Amaro

Clero diocesano teve ação de formação em três dias, divididos por várias ilhas

Ponta Delgada, Açores, 15 set 2016 (Ecclesia) – O economista Rogério Roque Amaro disse aos sacerdotes açorianos, numa sessão de formação, que a Igreja “tem de ir para além do anúncio da palavra” e que os sacerdotes têm “especiais responsabilidades”.

O professor do ISCTE falou aos sacerdotes na primeira sessão de formação do clero açoriano e apontou que, perante os inúmeros problemas sociais que o mundo atravessa, a Igreja “tem de ir para além do anúncio da palavra promovendo uma economia humana acima da economia do lucro; um desenvolvimento integrado acima do desenvolvimento economicista e a felicidade das pessoas que não se pode limitar à produtividade”.

A Igreja em geral e, os sacerdotes, em particular, têm “especiais responsabilidades” na construção de um mundo mais solidário”, referiu, em declarações citadas pelo portal ‘Igreja Açores’, da Diocese de Angra.

Roque Amaro, que juntamente com o sociólogo Fernando Diogo, da Universidade dos Açores, falou sobre as questões da pobreza e a Doutrina Social da Igreja e desafiou os sacerdotes a “desassossegarem-se”.

“Não podemos ficar cercados pelos sacramentos sem que eles tenham tradução prática na realidade e deem resposta ao sofrimento que as pessoas estão a ter”, sublinhou.

O investigador realçou ainda que “os cristãos e os padres têm uma responsabilidade acrescida porque são animadores; não são apenas ministros dos sacramentos mas anunciadores de uma prática de caridade” e apresentou algumas soluções desenvolvidas por agentes ligados à Igreja.

O clero açoriano teve de segunda a quarta-feira uma formação de três dias, repartida entre Ponta Delgada, Angra e Horta, sobre as orientações diocesanas de pastoral, centrando atenções na prioridade para este ano pastoral, que se inicia a 2 de outubro.

A formação foi orientada pelo bispo de Angra, D. João Lavrador, que apresentou as linhas da ação pastoral para o próximo ano e partilhou o desafio de maior integração dos leigos.

“Os leigos têm de ter uma cidadania eclesial. Até porque eles têm um sentido próprio de interpretação dos sinais dos tempos que nos devem e podem ajudar e nós devemos estimula-los e com este estímulo despertar dinamismos dentro da comunidade”, referiu o prelado, segundo o portal informativo da diocese.

SN

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