El Salvador: Igreja espera mais de 200 mil pessoas na beatificação de D. Oscar Romero

Arcebispo assassinado em 1980 vai ser proclamado beato, «mártir por amor aos pobres»

Lisboa, 23 mai 2015 (Ecclesia) – A Igreja Católica em El Salvador espera hoje mais de 200 mil pessoas na beatificação de D. Oscar Romero, apresentando o arcebispo como um “mártir por amor aos pobres”.

D. Oscar Romero, antigo arcebispo de El Salvador, foi morto a tiro em 1980, às mãos da junta militar que dominava o país.

A celebração, marcada para as 10h00 locais (17h00 em Lisboa), acontece depois de o Papa Francisco ter autorizado a 3 de fevereiro deste ano a publicação do decreto que reconhecia o martírio.

Simbolicamente, durante a apresentação dos dons, o ofertório incluirá um livro com os Acordos de Paz de El Salvador, que puseram fim à guerra civil de 1980 a 1992 no país centro-americano.

A beatificação vai ser presidida pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé) e espera-se a participação de pelo menos 12 chefes de Estado, além dos vice-presidentes de Cuba e Costa Rica.

O Papa Francisco disse em agosto do último ano, durante o voo de regresso da Coreia, que o arcebispo Romero era “um homem de Deus”.

Em 2007, durante a viagem para o Brasil, o Papa emérito Bento XVI disse aos jornalistas, por sua vez, que D. Oscar Romero “foi certamente uma grandiosa testemunha da fé, um homem de grandes virtudes cristãs, que se comprometeu pela paz e contra a ditadura, e que foi assassinado durante a celebração da Missa”.

Nos três anos em que serviu as comunidades católicas da capital de El Salvador (São Salvador), o arcebispo denunciou a repressão do regime militar e da violência praticada pelos esquadrões da morte.

A causa de beatificação de Oscar Arnulfo Romero, cujos restos mortais jazem na catedral da capital salvadorenha, iniciou a sua fase diocesana em 1994, que foi concluída em 1996.

O postulador da causa é D. Vincenzo Paglia, atual presidente do Conselho Pontifício da Família (Santa Sé), para quem “Romero é verdadeiramente um mártir da Igreja do Vaticano II, uma Igreja que é mãe de todos, particularmente dos mais pobres”.

O responsável sustentou que a insinuação de comunismo era uma “acusação fácil” que se fazia contra quem estava perto dos pobres e recordou que o prelado salvadorenho foi morto durante a Missa e não em casa ou na rua.

D. Gregorio Rosa, amigo e colaborador de D. Oscar Romero, disse então à Agência ECCLESIA que o prelado foi um “mártir” que incomodou poderes, em defesa dos Direitos Humanos.

A Missa deste sábado vai ser será transmitida pela televisão em El Salvador e por 14 emissoras internacionais.

OC

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