Vaticano: Juiz diz que existe «independência» no caso de ex-mordomo do Papa

Fuga de documentos reservados entra em fase de julgamento

Cidade do Vaticano, 28 set 2012 (Ecclesia) – O Tribunal da Cidade do Vaticano vai acolher este sábado o início do julgamento do caso de fuga de documentos reservados, pertencentes ao Papa, que tem como principal arguido o antigo mordomo de Bento XVI.

A primeira audiência de Paolo Gabriele e de um técnico informático da Secretaria de Estado da Santa Sé, Claudio Sciarpelletti, vai decorrer a partir das 09h30 locais (menos uma em Lisboa), perante um grupo restrito de jornalistas e sem direito à recolha de imagens.

O promotor de Justiça do Vaticano Giovanni Giacobbe disse, em conferência de imprensa, que os juízes do pequeno Estado gozam de “total independência” e que nem o Papa os pode “influenciar”.

“[Bento XVI] tem os poderes de todos os chefes de Estado: pode conceder um indulto, por exemplo, e tem um poder maior que poderia ser preventivo, no sentido de que pode intervir se entender que um processo não deve decorrer e tem de ser arquivado”, referiu.

Giacobbe explica, a respeito do julgamento do chamado caso ‘vatileaks’, que os trabalhos vão começar com a intervenção dos juízes relatores, antes da posição do Ministério Público e da defesa dos arguidos.

O crime de que Paolo Gabriele é acusado, furto agravado de documentos provenientes do apartamento papal, pode levar a uma pena de 3 a 4 anos de prisão.

O mordomo, detido a 23 de maio, declarou que desviou e fotocopiou a documentação e enviou-a ao jornalista italiano Gianluigi Nuzzi, na convicção de estar a prestar um serviço ao Papa.

O colaborador afirmou que agiu sozinho e que não recebeu dinheiro nem outros benefícios em troca dos documentos.

OC

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