É sempre bom relembrar!

Luísa Gonçalves, Diocese do Funchal

Na sua intenção de oração para outubro o Papa Francisco relembra aos sacerdotes que eles não são «os chefes dos leigos, os «seus pastores». Acho que todos sabemos isso, mas é sempre bom relembrar.

De resto, o Papa vai mais longe e explica que “Jesus chamou-nos a uns e a outros. Não a uns acima dos outros, nem a uns de um lado e a outros de outro, mas sim em complementaridade. Somos comunidade. Por isso devemos caminhar juntos percorrendo o caminho da sinodalidade”.

O papel dos Padres: pastores e servidores, não chefes reflete uma abordagem pastoral que enfatiza a função dos padres como guias espirituais e servos da comunidade, ao invés de figuras de autoridade ou poder. Essa visão está, de facto, profundamente enraizada nos ensinamentos de Jesus Cristo, que veio ao mundo “para servir, não para ser servido” (Mateus 20:28).

O termo “pastor” está ligado à figura do bom pastor, como apresentado por Jesus no Evangelho de João (10:11): “Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.” Aqui, o papel central do padre é cuidar do rebanho, ou seja, da sua comunidade, zelando pelo bem-estar espiritual e guiando os fiéis na fé cristã. Ser pastor significa estar próximo das pessoas, conhecê-las, escutar suas dores, preocupações e necessidades, e oferecer suporte e consolo.

O padre pastor deve estar atento às suas ovelhas, agindo com compaixão e empatia. O pastoreio implica não só na condução espiritual, mas também na proteção, ajudando os membros da comunidade a evitar perigos espirituais e a viver de forma coerente com os valores do Evangelho.

Outro aspeto fundamental da missão sacerdotal é o serviço. Jesus deixou claro aos seus discípulos que “quem quiser ser o maior entre vós, seja aquele que serve” (Mateus 20:26). Portanto, o padre é chamado a ser um servo da comunidade, colocando-se ao serviço de Deus e das pessoas, principalmente dos mais pobres, marginalizados e vulneráveis.

Este serviço é vivido de várias formas: através da celebração dos sacramentos, da escuta confessional, do acompanhamento espiritual e da caridade prática. Um padre servidor coloca o bem dos outros acima de seus próprios interesses e conforto, demonstrando humildade e disponibilidade.

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