Coordenador do Governo destaca impacto ambiental e social das obras de reabilitação, junto ao Rio Tejo
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Lisboa, 04 jun 2022 (Ecclesia) – O Complexo Logístico da Bobadela já está a mudar para acolher a Vigília e a Missa de encerramento da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), a 5 e 6 agosto de 2023, na primeira edição deste evento da Igreja Católica em território português.
José Sá Fernandes, coordenador do grupo de projeto para a JMJ Lisboa 2023, manifestou à Agência ECCLESIA a satisfação pelo trabalho que decorre e que classifica como “extraordinário”, destacando que a obra vai para lá do encontro dos jovens com o Papa.
“Neste lugar vai nascer um parque que vai servir mais de 100 mil pessoas e os jovens que aqui estiverem com o Papa vão saber que também são agentes de mudança”, salienta o responsável, nomeado pelo Governo português.
A próxima emissão do Programa ‘70X7’, no Dia Mundial do Meio Ambiente, quis saber como estas obras de recuperação são também uma conquista ambiental para os Municípios de Lisboa e Loures.
José Sá Fernandes destaca a “renaturalização do sapal que existia nestes terrenos, que constitui uma das formas mais eficazes para a absorção do carbono” e que esta ação é “uma concretização da ‘Laudato Si’, do Papa Francisco”.
Grande parte do terreno que vai acolher a JMJ 2023 já se encontra vedado e estão a decorrer trabalhos de limpeza e nivelamento dos solos.
A área é dividida a meio pelo Rio Trancão, já despoluído e que é motivo para José Sá Fernandes recordar o Papa Francisco.
“O Papa fala muito de fazermos pontes, unir o que está separado e ali vai nascer uma ponte que ligará para sempre os dois concelhos” refere.
O coordenador do grupo de projeto da JMJ valoriza o usufruto que muitas gerações irão fazer deste lugar, aproveitando as margens e a proximidade ao rio, “um lugar para renaturalizar margens, para contemplar, para brincar, não há medida ambiental melhor do que essa”, considera Sá Fernandes.
Quem passar nas proximidades, vai dar-se conta do grande cartaz que já anuncia o evento com o Papa: construído pela Câmara de Loures, faz também referência à edilidade lisboeta, o que José Sá Fernandes diz ser um sinal do bom entendimento e espírito de colaboração que se faz sentir entre os diversos parceiros.
A área que vai acolher o encerramento da JMJ tem um comprimento de três quilómetros, com o altar da celebração a situar-se na zona norte do Parque das Nações – tendo em frente toda esta extensão de terrenos dividido pelo Trancão, mas transponível por duas pontes: uma que permanecerá no espaço e outra, militar, que será desmantelada no final do evento.
Quanto ao número de jovens que poderão chegar a Lisboa, José Sá Fernandes recusa estimativas, face a tempos instáveis, marcados pela pandemia e a guerra na Ucrânia.
“Tenho a certeza é que vai caber toda a gente, seja lá o número que for” afirma o responsável, acrescentando existirem planos para alargar o espaço perante eventuais necessidades de última hora.
Sá Fernandes destaca ainda que estas obras revertem para a população e são sempre uma vantagem.
“O valor do encontro dos jovens com o Papa e o valor de se transformar, para sempre, um terreno que não servia ninguém num espaço ao dispor de 100 mil pessoas, é incalculável”, sustenta.
Na segunda-feira, acontece a primeira reunião da Comissão de Acompanhamento, com a presença de elementos ligados a alguns setores-chave como a saúde, a segurança ou a mobilidade.
“Nós, os que estamos a montar o projeto, deveríamos sair um pouco da fila porque o grande protagonista é a juventude, a Igreja, a dimensão ecuménica do acontecimento e o Papa Francisco”, indica o coordenador.
Depois da transformação que a Expo98 operou na zona ribeirinha dos Concelhos de Lisboa e Loures, a JMJ vem dar uma dimensão ainda maior a esta reabilitação, deixando à população um espaço renovado, ainda sem nome, mas com propostas nesse sentido.
“Espero que este parque tenha o nome que toda a gente espera e que seja o Parque Papa Francisco” refere José Sá Fernandes.
A entrevista está em destaque no Programa ‘70X7 que vai ser emitido no domingo pelas 17h15, na RTP2.
HM/OC
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