Igreja: Arcebispo de Luanda destaca «movimento bastante positivo» de sacerdotes angolanos em Portugal

D. Filomeno Vieira Dias explica também «uma grande expressão de gratidão», com os missionários portugueses

(Tiago Azevedo Mendes, enviado especial da Agência Ecclesia a Luanda)

Foto: Agência ECCLESIA/TAM

Luanda, 24 ago 2021 (Ecclesia) – O arcebispo de Luanda afirma que os sacerdotes angolanos ao serviço da Igreja Católica em Portugal fazem parte de um “movimento bastante positivo, um dar, um receber e um agradecer” e é “é uma grande expressão de gratidão”.

“Entre Portugal e Angola, há vínculo de afetos, de memórias e de saudades positivas e devem continuar a marcar a nossa história. Não podemos ficar presos nas coisas menos luminosas da história e da vida dos homens, das nações, existem momentos altos e baixos, mas vamos continuar a desenvolver esta bondade, beleza, esta fraternidade”, disse D. Filomeno Vieira Dias em declarações à Agência ECCLESIA.

O arcebispo de Luanda, e presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), explica que a presença de sacerdotes angolanos ao serviço da Igreja Católica em Portugal é a história que “como a terra, não está parada, está sempre em movimento”.

“Nesse caso, um movimento bastante positivo, um dar, um receber, um receber e um agradecer. É viver a essência da Igreja, somos um só corpo, uma só alma e um só coração. E vivemos nesta união profunda da fé e na partilha dos bens materiais e espirituais”, acrescentou.

Para D. Filomeno Vieira Dias, este movimento missionário é também “uma grande expressão de gratidão” e assinala que existem três cemitérios missionários no país.

“Eram missionários e ao mesmo tempo pioneiros na fixação nestas terras e muitas vidas aqui foram doadas em nome de Jesus Cristo para que a fé que hoje vivemos, celebramos, a fé que hoje é vida, pudesse ser realidade”, realçou.

O arcebispo de Luanda sublinha que voltar a Portugal e trabalhar com as comunidades, “no mesmo espírito de fé, de paixão e de entrega”, é uma expressão de “profunda gratidão a estes missionários, às suas famílias”, e à Igreja em Portugal, com a qual estão “sempre muito unidos, há uma relação muito próxima”.

O presidente da CEAST lembra que existe uma associação dos bispos de língua portuguesa, com encontros fraternos periódicos de “partilha de vida eclesial”, onde analisam e partilham em conjunto “os grandes desafios da evangelização”, e o que podem fazer enquanto “Igreja que falam a mesma língua”.

Sobre a realidade vocacional em Angola, D. Filomeno Vieira Dias explica que, nos últimos anos, viveram duas realidades, o período da guerra, com “os seminários cheios, as casas religiosas também e os institutos femininos também tinham vocações”, mas depois do conflito assistem “a uma maior perseverança” e “a taxa no período da guerra não era tão elevada”.

As dioceses angolanas receberam a peregrinação dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) – – a cruz e o ícone de Nossa Senhora –durante 40 dias, desde 8 de julho até 17 de agosto.

D. Filomeno Vieira Dias explica que nos dois grandes encontros com os jovens não focaram diretamente este tema mas, nas paróquias, “os padres estão a dialogar sobre a temática vocacional” e que acredita que durante esses dias “não deixou de suscitar no coração de muitos jovens” a interrogação vocacional de um compromisso “mais radical”.

Os dados estatísticos sobre a Igreja Católica, divulgados pelo Vaticano, a 26 de março, indicam que o número de sacerdotes, quer diocesanos como religiosos, manteve-se estável nos 414 mil, com aumentos na África e Ásia (3,45% e 2,91%, respetivamente) e quebras na Europa e América (1,5% e 0,5%).

TAM/CB

Especial: Peregrinação dos símbolos da JMJ em Angola foi «uma intervenção com gindungo, piripíri e valeu a pena» – Presidente da CEAST (c/fotos)

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Agência ECCLESIA

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