Igreja: Arcebispo de Braga incentivou à «pastoral da proximidade» na ordenação de quatro sacerdotes

«Não tenhamos medo de estar do lado do povo», pediu D. Jorge Ortiga

Braga, 19 jul 2020 (Ecclesia) – O arcebispo de Braga afirmou hoje que não vê a Igreja “centrada nos sacerdotes” mas impelindo-os “para o meio do povo que escutam, acolhem, orientam e acompanham”, na homilia da na ordenação de quatro presbíteros para esta diocese.

“Não tenhamos medo de estar do lado do povo. Sejamos audazes na construção deste modelo de Igreja diferente. Uma Igreja próxima e façamo-lo através de um anúncio alegre e, se as rugas por acaso aparecerem, ou persistirem no rosto da Igreja, não nos escandalizemos, apaixonemo-nos ainda mais pela autenticidade e nunca deixemos de acreditar na beleza do rosto da Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo”, disse D. Jorge Ortiga, na cripta da Basílica do Sameiro.

O arcebispo de Braga presidiu à ordenação de quatro novos presbíteros para esta diocese: João Castro (33 anos, natural da paróquia de S. Martinho de Quinchães, Arciprestado de Fafe), José Miguel Neto (34 anos, Paróquia de S. Martinho de Dume, no arciprestado de Braga), Manuel Torre (26 anos, Paróquia de Santa Eulália de Balasar, Arciprestado de Vila Conde/Póvoa de Varzim), Pedro Sousa (24 anos, Paróquia de Ronfe, Arciprestado de Guimarães-Vizela).

“Caríssimos novos sacerdotes, apaixonemo-nos pela Palavra de Deus, vamos depois também comprometer-nos com esta pastoral da proximidade, particularmente neste tempo em que tanto se fala de distanciamento social”, pediu na homilia.

D. Jorge Ortiga assinalou que o programa pastoral que querem viver na diocese, nas 551 paróquias, é “uma igreja próxima de todos, de ricos, de pobres, pessoas que concordam ou que discordam, pessoas simpáticas ou antipáticas”, porque a “Igreja aproxima-se, sai, encontra-se com os outros”, bem como na Paróquia moçambicana de Santa Cecília de Ocua, onde também querem “estar próximo daquele povo”.

Na homilia, o arcebispo de Braga explicou que a “primeira proximidade” que os sacerdotes devem cultivar é a “relação próxima com Deus”, que depois “terá de expressar-se numa vida de encontro com os sacerdotes” e de onde “terá de emergir” uma terceira que é com o povo que “não pode ficar distante e o sacerdote não pode fechar-se no seu templo”.

“Precisa de sair para se encontrar com todas as problemáticas humanas. Sentir o pulsar de um povo que vive dignamente ou que sofre com carências do que é essencial”, desenvolveu, acrescentando que hoje têm também de se “aproximar da natureza para a reconhecer como dom de Deus a cuidar e a preservar” e a ecologia a “fazer parte das opções pastorais”.

D. Jorge Ortiga, que manifestou “gratidão” aos pais, famílias, e às equipas formadoras dos novos sacerdotes, na homilia e num discurso no final da celebração, começou a Eucaristia a destacar a “alegria” do encontro, “como irmãos e filhos de Deus”, e sobretudo, a alegria de encontrarem “jovens que respondem para servir onde o reino de Deus precisa e necessita”.

Na celebração foi também apresentado o novo programa pastoral da Arquidiocese de Braga para os próximo três anos, com o tema ‘Uma Igreja Samaritana’; Segundo D. Jorge Ortiga uma “caminhada de renovação eclesial a partir da caridade”.

“Não se trata de um documento encerrado em si mesmo, mas de uma fonte inspiradora que suscitará vida nova em cada comunidade, que o interpretará e condicionará de harmonia com o seu contexto peculiar”, disse o arcebispo na cripta da Basílica do Sameiro.

No seu sítio online, a Arquidiocese de Braga publicou hoje as nomeações de D. Jorge Ortiga para o ano pastoral de 2020/2021 para o movimento eclesiástico e o envio dos novos sacerdotes e missionários; Os missionários – um padre e duas leigas – que vão estar ao serviço da Igreja que está na Diocese de Pemba, em Moçambique, foram apresentados e enviados nesta celebração.

CB

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Agência ECCLESIA

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