Zita… a santidade de quem cuida

Henrique Matos, Agência ECCLESIA

Foto: Agência ECCLESIA/MC

Nasceu em 1218 em Monsagrati, uma aldeia de Itália. Aos 12 anos já trabalha na vizinha cidade de Luca, ao serviço da Família Fatinelli. “A sólida educação de Zita, recebida no seio da família, apesar de pobre e humilde, fez dela uma criança, uma jovem, uma adulta querida de todos”. Foi para os pobres e para as crianças uma verdadeira protectora, uma segunda mãe e educadora, pode ler-se acerca de Santa Zita cuja memória hoje se assinala.

É tida como padroeira do trabalho doméstico, e das educadoras. A Zita do século XIII perdura hoje em muitas casas, continuando um trabalho tão necessário como desconhecido e desvalorizado. Chama-se Ionela, Adriana ou Tatiana e chega da Roménia, Brasil ou da Moldova…. Chegam até nós, tal como à Suíça ou França, chegaram muitas Marias e Conceições…

Garantem a harmonia e limpeza de um lar desabitado que se enche de vida quando elas o deixam. À sua espera têm bilhetes com tarefas, cestas de roupa e comida para confecionar…  Grande parte, trabalha na informalidade de uma economia que não as irá proteger em caso de doença ou acidente.

É uma dedicação escondida, anónima, cuidam e zelam, preparam lanches para os que chegam da escola, disciplinam recomendando o estudo, acomodam o lar para que a família se instale quando, cansada, chegar ao seu lar a cheirar a limpo e preparado para dar conforto.

É quando uns se instalam que elas chegam à casa que é a sua, para aí retomarem as mesmas tarefas. Ainda assim, não faltam Zitas que encontram sentido e descobrem missão neste cuidar. São alegres, disponíveis, incansáveis… as crianças crescem e casam e muitas ainda continuam na família em atitude que supera a profissão e mais se assemelha a cuidado e serviço.

Até que ponto, o equilíbrio e bem-estar de tantas famílias não passa também por estas pessoas sobre as quais nada se sabe nem nunca brilha a luz da popularidade ou do reconhecimento social? Vale a pena pensar e, sobretudo, valorizar e respeitar.

Delas se lembrou um dia um padre da Beira Alta. Alves Bráz que fundou a Obra de Santa Zita, intuiu a necessidade de acolher, promover e formar humana, espiritual, profissional e socialmente, jovens do sexo feminino que se dedicavam ao serviço da família. A sua obra perdura na Instituição Particular de Solidariedade Social e no Instituto Secular das Cooperadoras da Família.

Lembremos pois a santidade de quem cuida, em gestos anónimos e esquecidos mas essenciais.

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