Igreja/Media: Cónego João Aguiar Campos foi sacerdote vertical, «homem profundo» e de «compreensão serena» perante o sofrimento – D. João Lavrador

Presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais recorda vocação comunicacional do antigo diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais

Foto: D. João Lavrador, D. Pio Alves, cónego João Aguiar Campos, Agência ECCLESIA/MC

Braga, 27 abr 2023 (Ecclesia) – O bispo de Viana do Castelo lembrou hoje a “verticalidade sacerdotal”, “sabedoria” e “serenidade” do cónego João Aguiar Campos, falecido aos 73 anos, vítima de doença prolongada.

“Gostaria de prestar homenagem à sua pessoa, na sua verticalidade sacerdotal, na sua sabedoria e inteligência, na maneira como era capaz de expressar a fé, numa interligação com a realidade do mundo, e a serenidade que tinha, sintoma de uma perspicácia interior que brotava da sua íntima relação com Deus”, disse à Agência ECCLESIA D. João Lavrador.

O cónego João Aguiar Campos foi nomeado diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais em 2011, cargo que ocupou até abril de 2016, tendo trabalhado com D. João Lavrador na Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

“Sempre o conheci ligado à comunicação social. Na Arquidiocese de Braga, estava ligado ao jornal ‘Diário do Minho’, várias vezes o escutei nas suas intervenções e a sua voz poética, e tinha uma disponibilidade interior para a vida da Igreja”, nota.

“O facto de ter deixado a Diocese de Braga, onde se encontrava com a família na terra natal (São João do Campo), de que tanto gostava da área bucólica do campo, para ir para Lisboa, estar na Rádio Renascença e a responder ao que a Igreja lhe pedia, revela um espírito livre, um sacerdote disponível e a cumprir a sua vocação onde a Igreja lhe pedia”, acrescenta.

O presidente da Comissão Episcopal para o setor dos media, nos últimos seis anos, sublinha ainda a serenidade e “compreensão” integrada do sofrimento, que o cónego João Aguiar fazia notar.

“Recentemente num encontro da pastoral da saúde, na diocese de Viana do Castelo, impressionou com um testemunho de serenidade, compreensão perante a vida, de integração do próprio sofrimento no que é uma dinâmica de uma vida de entrega total. Isso impressionou muito as pessoas”, indica.

D. João Lavrador recorda ainda “o vasto conhecimento literário e teológico”, “um conhecimento real do mundo” que tornava o antigo diretor do Secretariado Nacional das Comunicações Sociais “um comunicador nato”.

“Era um homem de profundidade – o que dizia tinha sempre uma profundidade que visava atingir a proposta do Evangelho para ter eco nas pessoas”, finaliza.

Já o arcebispo de Braga, D. José Cordeiro, recorda o cónego João Aguiar Campos como “um mestre da palavra e da grande comunicação”.

“Foi um lutador até ao fim do fim e mesmo aí foi evangelizador”, disse à Rádio Renascença, recordando a visita que fez, já no hospital, há uma semana.

O arcebispo primaz destaca a obra publicada pelo falecido sacerdote: “Nos seus escritos, continuamos com a sua presença”.

“Comunicou Jesus como um excelente comunicador e passou a vida, daquilo que eu pude testemunhar, a falar de Deus e a testemunhá-lo com a palavra cujo dom e carisma Deus lhe concedeu, mas sobretudo com a vida e com este mistério da Páscoa, o mistério do sofrimento”, acrescenta.

LS/OC

Igreja: Faleceu o cónego João Aguiar Campos

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