Voluntariado missionário: Partir em missão «muda a vida toda» e tem repercussões «muito positivas» na inserção no mercado de trabalho

A coordenadora da Plataforma do Voluntariado Missionário analisa números relativos a 2019, ano em que São Tomé e Príncipe é o país que acolhe mais voluntários e os reformados representam 7% dos que partem em projetos de longa duração

Foto Joana Bougard/Renascença – Catarina Lopes António/FEC

 Lisboa, 2019 jul 2019 (Ecclesia) – A coordenadora da Plataforma do Voluntariado Missionário disse que a realização de uma experiência de voluntariado “muda a vida toda” e tem repercussões “muito positivas” na inserção no mercado de trabalho pela “predisposição à mudança”.

“Uma pessoa que participa numa experiência de voluntariado missionário vem totalmente diferente, vem mais predisposta à mudança, é mais flexível, é mais ‘multitask’, como se diz agora no mercado de trabalho”, afirmou Catarina Lopes António na entrevista à Agência ECCLESIA e à Renascença desta semana.

A coordenadora da Plataforma do Voluntariado Missionário referiu que o voluntário é “uma pessoa mais atenta ao outro” e “isso faz toda a diferença num profissional”.

A Plataforma do Voluntariado Missionário é coordenado pela Fundação Fé e Cooperação (FEC) e reúne 61 organizações que habitualmente enviam voluntários em missão, tanto para o território português como para as missões ‘ad gentes’, em projetos de longa ou curta duração.

A recolha de dados sobre o número de voluntários que partem em 2019 correspondem à informação fornecida por 37 das 61 organizações e indicam este ano partem 1059 voluntários, sendo significativo o número de reformados, 7% dos que participam em projetos de longa duração.

“Um dado curioso deste ano é que, numa faixa etária superior, temos 27 reformados que vão em missões de longa duração. É um dado que até agora não tinha sido expressivo, mas este ano representa 7% no universo de partidas”, avançou Catarina António.

A colaboradora da FEC referiu também que há famílias a fazer voluntariado missionário, indicando que o país que acolhe mais voluntários, este ano, é São Tomé e Príncipe.

“Este ano temos São Tomé, que acolhe 80 voluntários, Moçambique recebe 63, Angola 55, Guiné-Bissau 53. Depois temos também voluntariado missionário em Portugal, que acolhe este ano 22 voluntários”, informou.

Os indicadores do voluntariado missionário revelam também que os projetos de maior expressão continuam a ser “a educação e a formação” e também trabalhos “na parte pastoral, na animação sociocultural, desenvolvimento de atividades, dinâmicas com crianças e jovens” e na saúde.

“As organizações trabalham sempre em várias áreas ao mesmo tempo”, sublinhou.

Para a coordenadora da Plataforma, “quando se começa a viagem do voluntariado missionário, nunca mais se volta a mesma pessoa” após a realização de uma experiência que nunca pode ser obrigatória, mas permanecer sempre como um “ato gratuito e livre”.

Catarina Lopes António disse ainda que a “grande diferença entre o voluntariado internacional e o voluntariado missionário é a fé”.

“Nós costumamos falar muito disto nas nossas formações, e ao longo da preparação dos voluntários, que aquilo que nós levamos diferente dos voluntários que vão com projetos específicos de voluntariado internacional é a fé, é a dimensão evangelizadora”, afirmou.

As estatísticas sobre o voluntariado missionário são divulgadas pela Fundação Fé e Cooperação, uma ONGD fundada pela Conferência Episcopal Portuguesa, e os dados de 2019 indicam um ligeiro aumento em relação ao ano anterior.

Ângela Roque (Renascença) e Paulo Rocha (Ecclesia)

PR

«Quando se começa a viagem do voluntariado missionário nunca mais se volta a mesma pessoa» – Catarina Lopes António

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