Viseu: Crise e desemprego agravam desertificação da região

Diocese criou «Brigada Especial Jota», para responder às «alegrias, esperanças, tristezas e angústias dos jovens»

Viseu, 27 nov 2012 (Ecclesia) – A crise económica e o aumento do desemprego em Viseu representam um grande desafio para a Igreja Católica local, apostada em combater a desertificação humana que caracteriza a região.

Num texto publicado hoje na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, Ângela Maria Almeida, da Ação Católica Rural, refere que “apesar do esforço visível” que tem sido desenvolvido para fixar as pessoas no território, as dificuldades económicas, aliadas à falta de trabalho, têm dado lugar a “momentos profundamente difíceis”.

De acordo com aquela responsável, “o desemprego está muito próximo dos 15%” e envolve atualmente cerca de 20 mil pessoas, “35%” das quais são “jovens” que, confrontados com esta realidade, “têm abandonado a região, tornando as freguesias do distrito cada vez mais envelhecidas e despovoadas”.

“Além da pobreza tradicional, surgem os novos pobres, muitos provenientes de uma classe média que perdeu capacidade financeira e económica”, acrescenta a agente pastoral.

Esta conjuntura negativa tem atraído “outros problemas como a desestruturação familiar e o divórcio, o álcool, as dívidas, o sobre endividamento, as depressões”, transformando Viseu num cenário cada vez mais propenso a “conflitos sociais”.

“As instituições da Igreja diocesana” têm procurado responder a estas questões através de uma estratégia de proximidade aos mais desfavorecidos.

Segundo Ângela Maria Almeida, “em primeiro lugar, procuram conhecer os casos de pobreza para depois apoiá-los de uma forma concreta”, através de iniciativas como “a distribuição de bens alimentares, a formação profissional, a procura ativa de emprego”.

Um protocolo estabelecido entre as instituições particulares de solidariedade social, as Misericórdias do Distrito de Viseu e a Segurança Social assegura atualmente 2600 refeições diárias aos mais necessitados.

Estão ainda a ser desenvolvidos esforços para ajudar “crianças e jovens em situação de risco, prevenindo o abandono escolar e a marginalização”.

“Muitos pais trabalham fora do distrito ou percorrem grandes distâncias deixando as crianças um pouco entregues a si mesmas”, lamenta a representante da Ação Católica Rural.

No plano dos mais novos, a Pastoral Juvenil de Viseu criou uma “Brigada Especial Jota”, para responder às “alegrias, esperanças, tristezas e angústias dos jovens”.

De acordo com o padre António Jorge dos Santos Almeida, do Secretariado Diocesano da Pastoral das Vocações, Juventude e Ensino Superior, esta ferramenta permite “reunir, num concreto espaço pastoral, todos os agentes responsáveis pela juventude”, para aí debaterem soluções.

Destaque ainda para a criação do “Centro Cultural, Juvenil e Vocacional” de Viseu, que permite à Igreja Católica local conjugar o trabalho de terreno, no “acolhimento” dos mais novos, na “direção espiritual”, no “convívio”, com a ação informativa e evangelizadora desenvolvida através da internet, na página www.mergulha.org.

JCP

 

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