Vila Real: festas e romarias

Romaria Senhora da Graça

Santuário de Nossa Senhora da Graça, da paróquia de Vilar de Ferreiros, Mondim de Basto, um lugar que nos transporta a paisagens indescritíveis e a memórias vivas. Espiritualmente, eleva-nos para junto de Nossa Senhora e, por isso, todos os anos, ao Concelho de Mondim de Basto acorre uma grande multidão de peregrinos, para as festividades em sua honra.

O primeiro domingo de Setembro é assim a Ela dedicado, associado à sua Natividade. Devido a essa festa, se faz memória de Nossa Senhora através de muitos títulos. Mondim celebra-a como Senhora da Graça, aquela que dá a graça ao mundo, através da maior graça: Jesus – O que se dá de graça!

Proporciona-se nesse dia a oportunidade das pessoas celebrarem o Sacramento da Penitência, de fazer a procissão Mariana e de viverem a Eucaristia Solene, por norma, celebrada pelo Bispo Diocesano, que abre caminho ao novo Ano Pastoral.

Esta festa é de grande devoção por parte do povo Mondinense e das Terras de Basto, mas acolhe, ainda, gentes de vários lugares, dos arredores ou visitantes de vários pontos do país, sendo um Santuário bem reconhecido a nível diocesano e nacional.

 

Um andor para tocar os céus

O andor da Senhora da Pena faz as festas muito peculiares: com mais de 22 metros de altura, resulta do “esforço” dos transmontanos que tentam “tocar os céus”.

“O andor é enorme, tenta tocar o céus, mas o objetivo é aproximar-nos de Deus, numa relação ascendente e numa relação entre nós, irmãos”, considera o padre Márcio Martins.

A Procissão de Nossa Senhora da Pena, em Mouçós, Vila Real, tem por particularidade o facto de incorporar na procissão andores com mais de 22 metros de altura.

“Os andores sempre foram grandes. Depois usava-se a estratégias de aumentar um metro, 20 centímetros, 30 centímetros para dizer que todos os anos era o maior andor do mundo. Ultimamente, a grande preocupação já não tem sido essa, porque nos estava a desviar do essencial”, refere o padre Márcio Martins.

O pároco de Mouçós considera que “as pessoas foram tomando a verdadeira consciência que não importa ter um andor muito grande ou estar no Guiness”.

“O importante é que o que nós contruímos é para nos aproximar de Deus”, afirmou.

O padre Márcio Martins diz que “os andores são assustadores”, são “maiores do que o Santuário”, mas não é a preocupação com a altura que “move as pessoas”.

“Fazem o andor para que nos aproxime de Deus, para que nossa Senhora da Pena, mediadora da Salvação, nos eleve e nos aproxime do Céu”.

A Procissão de Nossa Senhora da Pena é composta por 14 andores, com os padroeiros dos vários lugares da freguesia, 11 dos quais são responsáveis por “fazer a festa”.

“Só pode fazer a festa quem no ano anterior levar o andor da padroeira. Essa é a passagem de testemunho de uma comissão de festas para a outra”, explicou o padre Márcio Martins.

Com mais de 22 metros, os andores são transportados por cerca de 100 pessoas, onde “são muito mais importantes os homens das cortas” por garantirem o equilíbrio do andor ao longo do percurso.

“As pessoas de cá dizem que isto vai-se aprendendo com os anos e com o tempo. E isso verifica-se! O facto mais relevante foi ver os jovens, que têm também uma dimensão espiritual no sacrifício, no esforço de confiar na Senhora da Pena. E isso é também de ser valorizado, de ser acolhido”, afirmou o pároco de Mouçós, na Diocese de Vila Real.

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Este artigo faz parte da Edição especial da Agência ECCLESIA “Festas da nossa Terra” publicada em agosto 2022

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