Vida Consagrada: Ecologia marca a tradição monástica mas pode ser esquecida nos mosteiros e conventos da atualidade

Semana de Estudos debate o tema da evangelização, que inclui o cuidado pela casa comum

Fátima, 22 fev 2020 (Ecclesia) – A XXXV Semana de Estudos de Vida Consagrada iniciou hoje em Fátima para debater o tema da evangelização e desafiar as religiosas e os religiosos de Portugal ao cuidado pela casa comum.

Para o padre José Domingos Ferreira, autor do livro “Criados por Deus para curar as feridas da Terra – A vida Consagrada à luz da ecologia integral”, que foi distribuído aos participantes na Semana de Estudos, a crise ecológica pode estar a ser “esquecida” na Vida Religiosa.

“Esquecemos que somos parte do mundo e o mais importante é recuperar essa dimensão e darmo-nos conta de que somos filhos de Deus e também filhos desta terra”, afirmou em declarações à Agência ECCLESIA.

Para o sacerdote dehoniano, “toda a tradição monástica em geral” inclui preocupações ecológicas e pelo cuidado da casa comum, o que constitui um “fundamento muito positivo” para recuperar essa prioridade na Vida Consagrada na atualidade.

O padre José Domingos Ferreira considera que “o estilo de vida que a sociedade propõe está na base da crise ecológica”, onde existe também “muita desconfiança” para optar pela Vida Consagrada, uma vez que é um “estilo de vida que não se apoia no imediato”.

Para o sacerdote, é necessário cultivar “maior proximidade, maior capacidade de relação com as pessoas”.

“A tendência de nos fecharmos no nosso campo, fez com que as pessoas perdessem a noção do que somos, o que fazemos e o que queremos transmitir”, apontou.

Por seu lado, o presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal, padre José Vieira, afirma que “o testemunho é a evangelização maior, mais afetiva e efetiva”.

“Num mundo onde a iliteracia religiosa é muito grande, as pessoas deveriam perceber o Evangelho através da vida de cada consagrada e cada consagrado e sobretudo através das comunidades de vida consagrada”, afirmou.

“A palavra é o elemento menos necessário neste anúncio”, sustentou o presidente da CIRP.

Para o padre Gomes Dias, que integra a comissão organizadora da XXXV Semana de Estudos de Vida Consagrada, o objetivo de quatro dias de encontro entre religiosos tem por objetivo “repensar o caminho de evangelização” de que se fala tanto.

A Semana de Estudos decorre em torno de temas essenciais, nomeadamente para responder à pergunta “quem evangeliza” e adiantando que “a evangelização é para toda a gente”; o segundo em torno da identificação de “a quem evangelizar”, com opção, nestes dias, para “as periferias de que o Papa fala tanto”; e descobrindo “com quem” desenvolver a evangelização que, para o padre Gomes Dias, depende da vocação de cada batizado e entre todos é necessário “partilhar responsabilidades.

A XXXV Semana de Estudos de Vida Consagrada decorre em Fátima até terça-feira e tem por tema «Consagrados para Evangelizar»

LFS/PR

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