Vicentinos: Encontro nacional reforça necessidade de trabalho em rede

Responsáveis admitem esforço suplementar por causa da crise

Fátima, Santarém 23 set 2013 (Ecclesia) – A Família Vicentina celebrou os 200 anos do nascimento de Frederico Ozanam, fundador principal das Conferências de São Vicente de Paulo, com uma peregrinação a Fátima em que se reforçou a necessidade do trabalho em rede.

“O aspeto mais importante é o encontro, vermo-nos uns aos outros e o outro aspeto fundamental é o trabalho em rede”, explicou à Agência ECCLESIA o padre Manuel Nóbrega, responsável pela Família Vicentina em Portugal.

Cerca de mil pessoas estiveram este sábado no Centro Paulo VI, em representação dos sete ramos dos Vicentinos presentes em Portugal, e refletiram em conjunto ações que já têm “ensaiado” mas que ainda estão numa fase “embrionária”, acrescentou.

Segundo o padre Álvaro Cunha, provincial da Congregação da Missão (padres vicentinos), este encontro ajudou os participantes “a olhar o caminho” que fizeram e a preparar o novo ano que agora se inicia: “Ver como é que podemos fazer mais e melhor pelos mais desfavorecidos, pelos mais pobres que é essencialmente com quem a Família Vicentina trabalha”.

“Neste contexto social há cada vez mais pessoas necessitadas que vêm pedir ajuda de várias ordens, a pobreza daqueles que não querem ser conhecidos como tais”, observou.

Nos serviços de caridade, refere o padre Manuel Nóbrega, “a Igreja de Jesus Cristo caminha muito pelo compromisso dos leigos” e os seus membros têm de estar mais atentos às novas formas de pobreza.

“Nesta altura que estamos a atravessar do país, tudo o que seja apostar nesta linha é apostar numa necessidade imediata”, prosseguiu.

José Martins, vice-presidente do Conselho Nacional das Conferências São Vicente de Paulo, explica que as lições do fundador “são sempre atuais”: “Podemos dizer que ele é o precursor da Doutrina Social da Igreja”.

A crise que se vive em Portugal originou novas pobrezas, para além da realidade de pobreza com que se confrontavam diariamente.

José Martins destacou que “a pobreza está mais generalizada e é mais problemática porque eram famílias que viviam mais ou menos e hoje estão remetidas quase para a pobreza total”.

O responsável acrescenta que os Vicentinos têm como “vocação perceber o que Deus vai dizendo através dos acontecimentos, das pessoas e inclusive das crises”.

Já o presidente da Juventude Mariana Vicentina (JMV), Ricardo Ferreira, declarou que os jovens trabalham “a forma de ver os tempos de hoje para depois serem uma mais-valia na sociedade”.

Por agora, nas suas paróquias desenvolvem trabalhos pontuais com famílias “mais necessitadas, com o banco alimentar e visitas a idosos”.

Nos grupos da JMV também existem jovens afetados pela crise, por isso, procuram motivá-los “para uma mensagem de Cristo” e “para valores cristãos com 2000 anos”.

A JMV tem 400 inscritos distribuídos por 25 grupos e em 2014 celebram 30 anos em Portugal.

CB/OC

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