Viana do Castelo: Antigos bispos auxiliares de D. Júlio Tavares Rebimbas lembram «pastor próximo»

D. Gilberto Reis e D. João Miranda falam dos anos de colaboração na Diocese do Porto
Porto, 04 jan 2017 (Ecclesia) – A Diocese de Viana do Castelo vai promover a transladação dos restos mortais do seu primeiro bispo para a Sé e o jornal diocesano publicou testemunhos de D. João Miranda e D. Gilberto Reis, seus antigos auxiliares no Porto, sobre D. Júlio Tavares Rebimbas.

“Fiquei marcado sobretudo pelo gesto de ter ido a Chaves, quando poderia ter pedido para eu vir ao Porto. Aí o comecei a ver como pastor que, como Jesus, vai ao encontro das pessoas”, recorda D. Gilberto Reis num artigo publicado no jornal ‘Notícias de Viana’, enviado hoje à Agência ECCLESIA.

O agora bispo emérito de Setúbal foi colaborador de D. Júlio Tavares Rebimbas durante cerca de nove anos, entre 1989-1998, enquanto bispo auxiliar na Diocese do Porto.

No artigo ‘Dom Júlio, Bispo à maneira de Jesus, Bom e Belo Pastor’, o bispo emérito de Setúbal explica que foi assim que viu “desde o primeiro encontro”, uma imagem que “perdura na memória grata” por o ter conhecido e por ter sido seu colaborador.

“Senti-o como pastor que entende que o bispo deve estar perto do povo no facto de ter escolhido quatro Bispos Auxiliares que, dia-a-dia, estavam com os fiéis nos mais diversos contextos”, desenvolve.

A Diocese de Viana do Castelo está a celebrar um jubileu pelo 40.º aniversário da sua criação e vai homenagear o seu primeiro bispo D. Júlio Tavares Rebimbas, com a transladação dos restos mortais para a Sé, este domingo, Solenidade da Epifania do Senhor, a partir das 15h30.

“Ainda guardo variadas e gratas recordações desses tempos de intensa atividade pastoral”, refere, por sua vez, o bispo auxiliar emérito do Porto, D. João Miranda.

Ordenado bispo a 31 de julho de 1983, o prelado recorda que foi D. Júlio Tavares Rebimbas que o chamou ao Paço Episcopal para uma conversa e que “não era habitual, uma chamada telefónica direta do bispo para os seus padres”.

“Sempre me tratou bem, mas nunca deixou de chamar a atenção para o que lhe parecia que devia ser feito”, recorda.

O bispo auxiliar emérito do Porto realça que D. Júlio Tavares Rebimbas era “um homem grande, falava e falava, com voz forte, tinha as suas ideias, ouvia, fazia as suas observações”, afinal, tendo sido pároco e passado por outras dioceses, “sabia por experiência o que é ser pastor e não se entusiasmava com grandes pruridos intelectuais”.

Para D. João Miranda ser bispo foi “um acontecimento inesperado e nunca desejado”, mas sente que “Deus escreve direito por linhas tortas” e chama por intermédio de outros homens que servem a Igreja, que no seu caso deve ter sido D. Júlio Tavares Rebimbas.

No seu artigo de opinião relembra que o então bispo do Porto, entre 1982 e 1997, queria ir ao encontro dos padres nas localidades e “resolver in loco pequenas questões em suspenso”, conhecer e tomar decisões locais.

Em comunicado enviado à Agência ECCLESIA, o Secretariado Diocesano de Comunicação Social de Viana do Castelo informa que os restos mortais de D. Júlio Tavares Rebimbas vão ficar a partir deste domingo na Sé, num sarcófago em mármore branco com nome, datas e as suas armas episcopais e o lema ‘In Verbo Tuo’.

CB/OC

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