«Zoom in»: Vem e Vê o que Deus tem para Ti… na Diocese de Viseu (c/vídeo)

Nas nossas propostas saímos dos centros urbanos e vamos ao encontro de presenças de património religioso, que pode ser pequeno no tamanho, simples e de formas populares, mas é fruto da fé e do amor das comunidades, que escolheram para a sua implantação locais expressivos da beleza da criação de Deus. Natureza e elementos construídos convidam à contemplação, ao silêncio, a experimentar a beleza da harmonia entre a arte, a natureza, a espiritualidade…

 

Capelas de São Macário

Na Serra de São Macário, sita no concelho de São Pedro do Sul, encontram-se duas ermidas dedicadas ao mesmo orago, que distam c. de 200 metros uma da outra: São Macário de Cima, que pertence à paróquia de São Martinho das Moitas, e São Macário de Baixo integrado na paróquia de Sul. Permanece no olvido a origem do culto a São Macário neste local, que se encontra associado à memória de um eremita, cuja lenda, contada com algumas variantes, situa parte da sua vida e morte nesta serra.

A capela mais antiga, a de São Macário de Cima, já existia em 1675 e seria um local onde ocorriam muitos devotos, particularmente aos domingos e dias santos, e no dia da sua festa, celebrada no último domingo de julho, em que se enchia de uma “imensidade de gente”. A ermida de São Macário de Baixo foi mandada edificar em 1769, pelo abade de Sul, João de Melo Abreu Falcão, na sequência de contenda com o pároco de São Martinho das Moitas, pois ambos reivindicavam as esmolas deixadas pelos muitos devotos. O abade de Sul diligenciou a construção de uma nova capela, nos limites da freguesia, no local da gruta onde, segundo a tradição, São Macário se teria refugiado.

Num posicionamento estratégico, que permite contemplar a paisagem envolvente, constituída pelas serras do Montemuro, Estrela e Caramulo e o Vale de Lafões, a capela de São Macário de Cima destaca-se pela singularidade do alto muro de xisto, que se eleva até ao nível do telhado e a protege da força dos ventos frios. A capela de São Macário de Baixo destaca-se pelo seu telhado de xisto e por encaixar no rochedo da gruta, num harmonioso mimetismo de materiais da natureza e elementos construtivos. A visita aos dois espaços, que se ocorrer ao fim do dia permitirá maravilharem-se com a beleza do pôr-do-sol, pode ser acompanhada com a leitura da lenda de São Macário e do poema que lhe dedicou Eugénio de Castro e Almeida (1869-1944).

 

Casa Memorial Rita Amada de Jesus

Na freguesia de Ribafeita, na povoação de Casal Mendinho (concelho de Viseu), encontramos a Casa Memorial Rita Amada de Jesus, edificada no local onde existiu a casa da sua família, onde viveu e onde estão os gérmenes da vocação e da missão que Deus lhe confiou.

Para além do edifício, toda a envolvente participa das memórias de Rita Amada de Jesus e fazem parte da visita: os espaços por onde passou, a mina onde se refugiou durante as perseguições ocorridas após a implantação da República, a igreja onde foi batizada.

Para além da informação cronológica, desde o seu nascimento à beatificação, na casa são expostos livros, reproduções de cartas e da sua autobiografia, as imagens pelas quais tinha especial devoção e alguns objetos pessoais. Evoca-se a sua morte através das relíquias e a sua obra pelas referências aos sete colégios que fundou e ao envio das Irmãs para o Brasil, após a implantação da República, onde o Instituto Jesus Maria José teve continuidade, disseminando-se posteriormente por vários países, representados num mapa localizado no jardim.

No piso inferior encontra-se a capela, com uma árvore de luz, que representa a Madre Rita, que seguiu sempre a Luz de Cristo e foi ela também luz para muita gente e continua a ser através da presença do instituto e do seu carisma/espiritualidade. Nas pinturas estão os frutos dessa luz, que projetam os três elementos identitários da Madre Rita: Família, Eucaristia e Rosário.

No exterior do edifício ergue-se um imponente monumento, da autoria de Paulo Medeiros, que tal como o painel de fundo da capela é da autoria do artista Paulo Medeiros. A silhueta frontal identifica-nos de imediato a Beata Rita Amada de Jesus, cujo lenço se prolonga em dois sentidos: uma das faixas cai até aos pés estabelecendo a ligação com a terra onde nasceu e a outra desenvolve-se como um caminho cheio de vida.

A Casa Memorial não constitui um santuário, mas sim de um centro de interpretação sobre a sua vida e obra, que testemunha a sua alegria de dizer Deus, a forma como viveu e testemunhou Cristo, convidando-nos a todos nós a dar continuidade a essa alegria e obra num anúncio de Cristo.

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Departamento dos Bens Culturais – Diocese de Viseu

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