Vaticano: Técnicos do Conselho da Europa avaliam mudanças na gestão financeira

Autoridade Santa Sé sinalizou 64 operações suspeitas em 2019, ano marcado pela polémica ligada à venda de um imóvel em Londres

Cidade do Vaticano, 30 set 2020 (Ecclesia) – O Vaticano recebe a partir de hoje uma visita da equipa do Comité de Peritos do Conselho da Europa para avaliação das medidas de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo, informou a Santa Sé.

A quinta ronda de avaliação, acordada em 2019, faz parte das obrigações a que estão sujeitas todas as jurisdições pertencentes ao Moneyval, organismo especializado do Conselho da Europa.

“Esta fase de avaliações tem como principal objeto de interesse a eficácia dos instrumentos legislativos e organizacionais adotados nos últimos anos pelas jurisdições para prevenir a lavagem de dinheiro e o financiamento do terrorismo”, precisa a sala de imprensa da Santa Sé, em comunicado.

A 3 de julho, a Autoridade de Informação Financeira (AIF) do Vaticano divulgou o relatório anual relativo a 2019, o primeiro após a mudança na sua presidência, após um ano marcado pela polémica ligada à venda de um imóvel em Londres.

O documento regista 64 operações suspeitas, um aumento de oito casos face a 2018, mas em linha com a diminuição quantitativa, face a anos anteriores (150 em 2017; 207 em 2016; 544 em 2015).

Das sinalizações, resultaram quatro medidas preventivas, incluindo o congelamento de uma conta bancária, e 15 relatórios dirigidos ao promotor de Justiça do Vaticano.

Outro dado destacado no relatório, enviado aos jornalistas, é a diminuição das operações transfronteiriças em dinheiro, em número e montante.

A 23 de janeiro deste ano, o Estado da Cidade do Vaticano foi novamente admitido no Grupo Egmont, organização global das autoridades financeiras nacionais, após a suspensão da AIF em novembro de 2019.

Em dezembro de 2010, Bento XVI instituiu a Autoridade para a Informação Financeira para garantir maior transparência nas finanças da Santa Sé e do Vaticano e combater o crime económico, criando um quadro jurídico que entrou em vigor a 1 de abril de 2011.

OC

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