Vaticano: Sacerdote levou ao Papa Francisco o drama dos refugiados cristãos no Curdistão iraquiano

Padre Samir Yousuf acompanha cinco mil pessoas que escaparam à «ira do Estado Islâmico»

Cidade do Vaticano, 26 ago 2015 (Ecclesia) – O Papa encontrou-se hoje, no final da audiência pública no Vaticano, com o padre Samir Yousif que viajou para Roma para testemunhar a situação difícil em que vivem os refugiados do Curdistão iraquiano.

De acordo com o jornal “L’Osservatore Romano”, o sacerdote “mostrou a Francisco dois álbuns de fotografias” que documentam “a catástrofe apocalíptica” em que vivem milhares de fiéis da Igreja caldeia no Iraque, de matriz católica, devido “à ira do Estado Islâmico”.

“Presenciei cenas de dor e desespero inimagináveis, pessoas mortas devido às privações no meio da rua”, relatou Samir Yousif, que é atualmente “pároco de cinco aldeias em Amadiyak, nas montanhas próximas da fronteira com a Turquia”.

Uma região a que “chegam continuamente milhares e milhares de pessoas em fuga sem nada, que fogem sem ter podido pegar sequer uma roupa nem um documento, para escapar da morte certa”.

Na sua conversa com o Papa argentino, o padre Samir Yousif deu conta do esforço que tem sido feito para “acolher” estas pessoas mais carenciadas, “dando-lhes de comer, um teto e garantindo inclusive remédios, pelo menos para as primeiras necessidades”.

O sacerdote aproveitou a ocasião para agradecer a Francisco as “intervenções que dirigiu à comunidade internacional”, relacionadas com esta questão dos refugiados.

“A sua voz é muito ouvida em todo o mundo árabe. Quando Francisco fala da tragédia dos refugiados, os meios de comunicação dão-lhe amplo espaço e isto ajuda-nos a encontrar finalmente solidariedade, a não cair no esquecimento”, referiu.

Antigo pároco de Mossul, no Iraque, o sacerdote continua a acreditar num “futuro de paz, reconciliação e justiça” e na sobrevivência da comunidade católica naquele país.

“A loucura do Estado Islâmico é apenas uma violência cega que não prevalecerá”, frisa o responsável católico, que deixou ainda a esperança de que o Papa possa brevemente visitar a diocese onde trabalha, em Amadiyak.

“Para nos confirmar na fé e encorajar a não temer”, salientou.

Atualmente, o sacerdote tem a seu cuidado cerca de “cinco mil pessoas, não só cristãos de todas as denominações mas também muçulmanos”.

LR/JCP

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top