Vaticano: Papa pediu «Igreja hospital de campanha» e fim das «fofocas»

Aos escrivães regulares da Ordem de Teatino alertou para a «rigidez», «clericalismo» e falta de cuidado entre os membros de congregações religiosas

Vaticano, 15 jan 2022 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje aos escrivães regulares da Ordem de Teatino que vivam a “Igreja hospital de campanha” que o fundador, Caetano de Thiene, preconizou em no século XVI num modo “necessário ainda hoje”.

“Encorajo-vos a seguir seus passos, com docilidade ao Espírito, sem esquemas rígidos mas com firmeza no essencial: oração, adoração, vida comum, caridade fraterna, pobreza e serviço aos pobres”, afirmou esta manhã na audiência aos participantes do 164º capítulo geral.

Francisco alertou para a “rigidez”, causa de “perversão” e “podridão” que pode desencadear em “clericalismo”.

Os escrivães regulares da Ordem de Teatino integram uma ordem religiosa masculina católica fundada no dia 14 de setembro de 1524 por Caetano de Thiene, Bonifácio de Colli, Paulo Consiglieri e João Pedro Carafa, bispo de Chieti.

O Papa Francisco falou sobre a vida religiosa, “feita de muitos gestos diários” e pediu aos membros que cuidem uns dos outros.

“A maior praga numa congregação religiosa, numa comunidade religiosa, é quando os irmãos não cuidam uns dos outros, mesmo quando começa a conversa. Por favor, descartem todas as formas de conversa. Sede homens consagrados, homens do Evangelho, mas homens. Não façam pequenos grupos, pois essa é a espiritualidade do «caruncho», que faz cair a força de uma comunidade religiosa. Sem conversa, por favor”, pediu.

Francisco deu conta de um estudo “recente” pedido a um núncio apostólico sobre fofocas e disse que entregaria uma cópia a cada um dos presentes.

“Acho que será bom que todos levem uma cópia para casa, de graça”, sublinhou.

Na audiência, o Papa recordou ainda o carisma do fundador da Ordem que indicou a missão, o testemunho de vida e as obras de misericórdia como caminho a ser iniciado na vida de cada um.

“O que nos é pedido não é tanto imitar no sentido literal – aquele que todos devemos imitar na realidade é Jesus Cristo -, mas assumir daquele ou daquele santo o «método», por assim dizer, o espiritual dinamismo com quem viveu o Evangelho, para tentar traduzi-lo em nosso contexto atual”, indicou.

Francisco lembrou, no discurso publicado pela sala de imprensa da Santa Sé, que em Buenos Aires, na Argentina, a memória de São Caetano é celebrada no dia 7 de agosto, com uma “grande participação popular”, onde o “padroeiro do pão e do trabalho” é recordado.

LS

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