Vaticano: Papa pede «liberdade e tranquilidade» para a Igreja Católica na China

Francisco recorda festa de Maria Auxiliadora, padroeira do país

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 22 mai 2022 (Ecclesia) – O Papa pediu hoje orações pelos católicos da China, que esta terça-feira vão celebrar a festa de Maria Auxiliadora, pedindo “liberdade e tranquilidade” para as comunidades do país asiático.

“Que a Igreja na China, em liberdade e tranquilidade, possa viver em comunhão efetiva com a Igreja universal e exercitar a sua missão de anúncio do Evangelho a todos, oferecendo assim também um contributo positivo para o progresso espiritual e material da sociedade”, disse, após a recitação da oração do ‘Regina Coeli’, perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro.

A intervenção evocou a festa da padroeira da China, particularmente celebrada no Santuário de Nossa Senhora de Sheshan, perto de Xangai, dirigindo-se aos católicos do país.

“Renovo-lhes a certeza da minha proximidade espiritual. Sigo com atenção e participação a vida e vicissitudes de fiéis e pastores, muitas vezes complexas, e rezo por eles todos os dias”, indicou Francisco.

Neste mês de maio, a polícia deteve o cardeal Zen, bispo emérito de Hong Kong, sob a acusação de “conluio com forças estrangeiras”, como administrador de um fundo para apoiar manifestantes pró-democracia em custos legais e de saúde.

A detenção do responsável católico, posteriormente libertado sob fiança, foi alvo de reparos do Vaticano.

“A Santa Sé tomou conhecimento, com preocupação, da notícia da prisão do cardeal Zen e está acompanhando a evolução da situação com extrema atenção”, referiu o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, em resposta às perguntas dos jornalistas.

Em setembro de 2018, Pequim e a Santa Sé assinaram um acordo sobre a nomeação dos bispos católicos, renovado em 2020.

Este documento inédito visa regularizar o estatuto da Igreja Católica neste país; Pequim exige que sacerdotes e bispos se registem oficialmente junto das autoridades civis.

As relações diplomáticas entre a China e a Santa Sé terminaram em 1951, após a expulsão de todos os missionários estrangeiros, muitos dos quais se refugiaram em Hong Kong, Macau e Taiwan.

Em 1952, o Papa Pio XII recusou a criação de uma Igreja chinesa, separada da Santa Sé [Associação Patriótica Chinesa, APC] e, em seguida, reconheceu formalmente a independência de Taiwan, onde o núncio apostólico (embaixador da Santa Sé) se estabeleceu depois da expulsão da China.

A APC seria criada em 1957 para evitar “interferências estrangeiras”, em especial da Santa Sé, e para assegurar que os católicos viviam em conformidade com as políticas do Estado, deixando assim na clandestinidade os fiéis que reconhecem a autoridade direta do Papa.

OC

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