Vaticano: Papa pede fim da violência na Nicarágua e apresenta condições para regresso ao diálogo

Igreja Católica procura mediar negociação entre governo e oposição

Cidade do Vaticano, 03 jun 2018 (Ecclesia) – O Papa uniu-se hoje aos apelos dos bispos da Nicarágua contra a violência no país da América Central, pedindo o regresso ao diálogo, no respeito pelos manifestantes.

Francisco manifestou a sua “dor pelas graves violências, com mortos e feridos, levadas a cabo por grupos armados, para reprimir protestos sociais” contra o presidente Daniel Ortega.

Falando desde a janela do apartamento pontifício, após a recitação da oração do ângelus, no Vaticano, o Papa sublinhou que a Igreja Católica, a tentar assumir um papel de mediação na Nicarágua, “está sempre do lado do diálogo”, mas isto exige respeito pela “liberdade” e a “vida” de cada pessoa.

“Rezo para que cesse toda a violência e se assegurem condições para o regresso do diálogo, o mais rapidamente possível”, concluiu.

Pelo menos duas pessoas morreram este sábado no 46.º dia de protestos contra o governo da Nicarágua, em ações atribuídas a grupos armados ligados ao poder, contra a população civil.

A Conferência Episcopal local declarou na quinta-feira a impossibilidade de voltar à mesa de negociações do “Diálogo Nacional” lançado pelo presidente Daniel Ortega, “enquanto for negado ao povo o legítimo direito de se manifestar livremente e continuarem as repressões e assassínios de civis”.

Em comunicado, os bispos da Nicarágua dizem ter vivido com profunda dor os violentos acontecimentos que marcaram a manifestação do dia 30 de maio, falando em “violência desumana”.

“Condenamos energicamente estas ações violentas contrárias ao legítimo direito de manifestações políticas e rejeitamos de modo absoluto esta agressão organizada e contínua contra o povo, que deixou dezenas de feridos e mais de dez mortos”.

A marcha de quarta-feira foi convocada por um grupo de mães de cidadãos mortos durante a repressão dos protestos que estão nas ruas da Nicarágua desde 18 de abril e que já provocaram mais de 80 mortes.

Os manifestantes foram atacados por grupos armados, que começaram a disparar indiscriminadamente sobre a multidão.

OC

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