Vaticano: Papa lembra JMJ 2023, em Lisboa, como «hino à paz»

Francisco desafia novas gerações a «participação livre e consciente no voto»

Foto: JMJ Lisboa 2023/Bruno Seabra

Cidade do Vaticano, 08 jan 2024 (Ecclesia) – O Papa recordou hoje, no Vaticano, a JMJ 2023, que Lisboa acolheu no último mês de agosto, falando do encontro de mais de um milhão de jovens como um “hino à paz”.

“A sua presença foi um grande hino à paz e o testemunho de que a unidade é superior ao conflito e que é possível desenvolver uma comunhão nas diferenças”, disse, durante a audiência ao Corpo Diplomático acreditado junto da Santa Sé, para a apresentação de cumprimentos de Ano Novo.

Francisco destacou que o caminho da paz “passa pela educação, que é o principal investimento no futuro e nas gerações jovens”.

“Permanece viva em mim a recordação da Jornada Mundial da Juventude realizada em Portugal no passado mês de agosto. Ao mesmo tempo que volto a agradecer às autoridades portuguesas, civis e religiosas, pelo empenho posto na organização, conservo no coração aquele encontro com mais de um milhão de jovens, provenientes de todas as partes do mundo, cheios de entusiasmo e vontade de viver”, referiu.

O Papa sublinhou, ainda, que a paz passa pelo “diálogo político e social”, recordando que 2024 é ano de eleições em vários países, um “momento fundamental” para que os cidadãos possam “escolher responsavelmente os seus governantes”.

“É importante que os cidadãos, especialmente as gerações jovens que são chamadas às urnas pela primeira vez, sintam como sua principal responsabilidade contribuir para a edificação do bem comum, através duma participação livre e consciente no voto”, sustentou.

184 Estados mantêm relações diplomáticas plenas com a Santa Sé, a que se somam a União Europeia e a Ordem Soberana e Militar de Malta; existem 91 missões diplomáticas acreditadas junto da Santa Sé com sede em Roma, incluindo a de Portugal, bem como os gabinetes da Liga dos Estados Árabes, da Organização Internacional para as Migrações e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.

O encontro foi aberto por Georgios Poulides, embaixador do Chipre e decano do corpo diplomático, em nome de todos os presentes, tendo o responsável evocado, também, a JMJ Lisboa 2023.

“Reconheceu nos jovens uma força e uma energia positivas que podem mudar o futuro deste mundo doente. E eles são urgentemente necessários! Quem são os principais arquitetos desta mudança? Os jovens do mundo”, declarou.

O Papa, que discursou durante cerca de 40 minutos, alertou para o impacto das novas tecnologias na sociedade, em particular nos jovens, considerando “indispensável que o progresso tecnológico aconteça de maneira ética e responsável”.

“Torna-se, pois, necessária uma reflexão atenta a todos os níveis, nacional e internacional, político e social, para que o desenvolvimento da inteligência artificial permaneça ao serviço do homem, favorecendo e não dificultando, especialmente nos jovens, as relações interpessoais, um sadio espírito de fraternidade e um pensamento crítico capaz de discernimento”, precisou.

OC

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Agência ECCLESIA

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