Vaticano: «Não se pode ficar sepultado pelo mal feito», diz Papa em livro que junta padre e antigo mafioso

Cidade do Vaticano, 04 jan 2022 (Ecclesia) – O Papa assina a introdução do livro-entrevista ‘Passiamo all’altra riva’ do padre Benito Giorgetta com Luigi Bonaventura, um ex-mafioso agora colaborador da justiça italiana, destacando a necessidade de olhar para lá das falhas de cada um.

“Jamais se deve reduzir o outro pelo seu erro”, escreve Francisco, que convida a ajudar cada pessoa, “com amor, a ir além do seu próprio erro”.

“Passiamo all’altra riva” (Passemos para a outra margem) foi publicado diretamente pelo autor, a partir da sua atividade de padre e jornalista, pároco da igreja de São Timóteo em Termoli, voluntário na Cadeia de Larino e responsável pela casa-família Iktus, que abriga prisioneiros em liberdade condicional.

“Se deixarmos a outra pessoa no seu erro, sem a corrigir, tornamo-nos corresponsáveis, se não o ajudarmos, isso equivale a uma omissão de socorro”, adverte o Papa.

Francisco questiona qualquer “atitude de superioridade”, pedindo o compromisso de todos por “uma sociedade onde haja espaço para os direitos das pessoas, a legalidade e aa dignidade reconhecida para todos, especialmente os mais fracos, mais frágeis, descartados e marginalizados”.

A introdução saúda os testemunhos de Luigi Bonaventura, que retratam a “vida atormentada de uma pessoa que, doutrinada e imbuída pela Mafia, agiu criminosamente”, mas conseguiu abandonar a lógica do abuso.

“É preciso mudar, não ficar sepultado pelo mal feito; pode-se sempre passar para a outra margem, mesmo que a navegação seja cansativa e cheia de perigos”, conclui o Papa, citado pelo portal de notícias do Vaticano.

OC

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