Vaticano II: A mulher tem «um papel ativo» na Igreja

O livro “As 23 mulheres do Concílio” desvenda as mulheres que “abriram o caminho na Igreja”, diz a irmã Sandra Dantas, das edições Paulinas

Lisboa, 08 mar 2013 (Ecclesia) – A mulher tem um papel ativo na Igreja que nasceu no Concílio Vaticano II, como recorda o livro “As 23 mulheres do Concílio”, de Adriana Valério. 

“Atualmente as mulheres têm voz e um papel ativo numa igreja que caminha a duas velocidades, graças ao Concílio Vaticano II”, disse a irmã Sandra Dantas em entrevista à ECCLESIA.

Lançado pelas edições Paulinas o livro “As 23 mulheres do Concílio” realça as mulheres que foram escolhidas para estarem presentes no Concílio Vaticano II.  

“A universalidade e a competência foram os critérios de seleção: havia 10 religiosas e 13 leigas”, esclarece a religiosa do Instituto Missionário Filhas de São Paulo.

O Papa Paulo VI, em 1964, convidou as mulheres a estarem presentes no Concílio como auditoras, sem terem direito à palavra ou voto.

“A atitude não foi bem aceite pelos padres conciliares pois era uma novidade mas as mulheres conseguiram deixar de ter um papel simbólico através da sua influência nos corredores”, acredita a religiosa.

Na época de 60 o papel da mulher era associado à família e a sua presença no Concílio, ambiente maioritariamente masculino, não foi fácil.

“Só para se imaginar antes do Concílio Vaticano II as mulheres nem podiam comungar no Vaticano e a partir daí isso passou a ser possível,” afirma.

A vida religiosa, a família e o apostolado dos leigos foram os assuntos que as 23 mulheres queriam refletir no concilio.

Os assuntos foram contemplados nos dois documentos: Lumen Gentium, na rejeição de qualquer discriminação sexual e na Gaudim et Spes, na visão unitária do homem e da mulher como pessoa humana e a igualdade fundamental dos dois.

A irmã Sandra Dantas realça ainda que foi no Concílio Vaticano II que as mulheres “ganham o estatuto de pertencer ao povo de Deus”.

“Aquelas mulheres estiveram em silêncio nas duas sessões em que participaram mas abriram o caminho na Igreja”, acrescentou.

A religiosa do Instituto Missionário Filhas de São Paulo diz ainda que o livro recorda que estiveram mulheres no Concílio, “não uma ou duas, mas 23 mulheres”.

“Cabe a cada uma de nós agora continuar a ter voz ativa na Igreja e na sociedade, fazendo a diferença na afirmação porque acredito em mudanças a longo prazo”, conclui.

 

SN

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