Vaticano: Francisco recebeu alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados

António Guterres manifestou «profundo apreço» pelo Papa

Cidade do Vaticano, 06 dez 2013 (Ecclesia) – O Papa Francisco recebeu hoje no Vaticano o português António Guterres, alto comissário das Nações Unidas para os Refugiados, anunciou a sala de imprensa da Santa Sé, sem oferecer mais detalhes sobre a audiência privada.

Em declarações reproduzidas pelo site do ACNUR, Guterres manifestou o seu “profundo apreço” pelo esforço que o Papa tem feito para “atrair a atenção do público” sobre o fenómeno dos refugiados.

O alto comissário destacou em particular as intervenções relativas às “viagens perigosas por terra e por mar que alguns requerentes de asilo e migrantes fazem”.

António Guterres saudou os recentes apelos do Papa em favor das pessoas que atravessam o Mediterrâneo em “rotas irregulares” rumo à Europa, “incluindo refugiados da Síria, Eritreia e Somália”.

“O Papa Francisco e o alto comissário também partilharam as suas preocupações sobre a dimensão da crise humana na Síria e a necessidade de um apoio massivo para os países vizinhos, que agora recebem mais de 2,2 milhões de refugiados”, acrescenta o ACNUR.

Os dois responsáveis também debateram os esforços do Alto Comissariado para chegar aos líderes religiosos.

Na sua mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2014, que a Igreja Católica vai celebrar a 19 de janeiro, o Papa apela a mudança de “atitude”, alertando para os “tráficos de exploração, de dor e de morte” de que estas populações são alvo.

“Os migrantes e refugiados não são peões no tabuleiro de xadrez da humanidade. Trata-se de crianças, mulheres e homens que deixam ou são forçados a abandonar suas casas por vários motivos”, escreve Francisco num documento intitulado ‘Migrantes e refugiados: rumo a um mundo melhor’.

Segundo o Papa, é necessário passar de “uma atitude de defesa e de medo, de desinteresse ou de marginalização – que, no final, corresponde precisamente à ‘cultura do descartável’ – para uma atitude que tem por base a ‘cultura do encontro’, a única capaz de construir um mundo mais justo e fraterno”.

“Os meios de comunicação também são chamados a entrar nesta ‘conversão de atitudes’ e a incentivar esta mudança de comportamento em relação aos imigrantes e refugiados”, acrescenta.

A primeira exortação apostólica do pontificado, ‘Evangelii Gaudium’ (A alegria do Evangelho), também se refere a estas temáticas.

“Os migrantes representam um desafio especial para mim, por ser pastor de uma Igreja sem fronteiras que se sente mãe de todos. Por isso, exorto os países a uma abertura generosa, que, em vez de temer a destruição da identidade local, seja capaz de criar novas sínteses culturais”, escreve Francisco.

Segundo o ACNUR, havia pelo menos 45 milhões de refugiados em finais de 2012, o que representa o número mais elevado das últimas duas décadas.

OC

Notícia atualizada às 17h20

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