Vaticano: Estado minúsculo mas centro de acção solidária

Bento XVI afirmou hoje que a cidade do Vaticano é um Estado “minúsculo e inerme, sem exércitos que suscitem temor, aparentemente irrelevante nas grandes estratégias geopolíticas internacionais, mas tem sido e continua a ser centro de irradiação de uma constante acção a favor da solidariedade e do bem comum”. Dirigindo-se aos participantes no Congresso sobre os 80 anos da criação da Cidade do Vaticano «Um pequeno território para uma grande missão». “A oitenta anos da sua fundação, a cidade do Vaticano constitui uma realidade pacificamente adquirida, embora nem sempre bem compreendida nas suas razões de ser e nas múltiplas tarefas que está chamada a desempenhar”. Bento XVI prestou homenagem de “profundo reconhecimento” à memória do seu predecessor Pio XI, “primeiro e principal protagonista” do Tratado de Latrão, ponto de chegada de “um processo histórico bastante acidentado”. O actual Papa exaltou a “grandeza do Papa Ratti”, que, “com lúcida visão e indómita vontade, foi o verdadeiro fundador e o primeiro construtor do Estado da cidade do Vaticano”, nos difíceis tempos vividos entre as duas guerras mundiais. “Com mão firme, Pio XI deu um forte impulso à acção eclesial, nas suas múltiplas dimensões”, afirmou, indicando a expansão missionária, o cuidado a favor da formação dos ministros de Deus, a promoção da actividade dos fiéis leigos na Igreja e na sociedade e a intensa relação com a sociedade civil. Bento XVI recordou um Papa “confrontado com as dificuldades e perseguições que a Igreja sofria em países como o México e a Espanha”, mas o Tratado de Latrão e o Estado da cidade do Vaticano eram para Pio XI “um instrumento para garantir a necessária independência de qualquer autoridade humana, para dar à Igreja e ao seu pastor a possibilidade de realizar plenamente o mandato recebido”. O Papa afirmou que ao longo das oito décadas de existência, o Estado do Vaticano mostrou ser um instrumento “dúctil e sempre à altura das exigências que lhe colocavam e continuam a colocar tanto a missão do Papa como as necessidades da Igreja e as condições sempre mutáveis da sociedade”. “O Estado do Vaticano, que encerra em si tesouros de fé, de história, de arte, alberga também um precioso património para toda a humanidade. Do seu coração, onde, junto ao túmulo de Pedro, mora o Papa, eleva-se uma incessante mensagem de verdadeiro progresso social, de esperança, de reconciliação e de paz”. O Papa manifestou o desejo de que a cidade do Vaticano possa ser cada vez mais uma “autêntica cidade sobre o monte, luminosa graças às convicções e à generosa dedicação de quantos nela actuam ao serviço da missão eclesial do sucessor de Pedro”. Redacção/Rádio Vaticano

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