Vaticano: Encontro internacional sobre a fraternidade humana vai reunir milhares de jovens e 30 vencedores do Prémio Nobel

Encontro na Praça de São Pedro, a 10 de junho, conta com a presença do Papa

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Cidade do Vaticano, 23 mai 2023 (Ecclesia) – O Vaticano anunciou hoje que a Praça de São Pedro vai receber, a 10 de junho, um encontro internacional sobre a fraternidade humana, com a presença do Papa, milhares de jovens e 30 vencedores do Prémio Nobel.

O “encontro internacional sobre a fraternidade humana”, intitulado ‘Not alone’ (#notalone), tem início marcado para as 16h00 locais (menos uma em Lisboa) e será marcado por partilha de experiências, performances artísticas e debates em volta de três verbos: participar, restituir, disseminar.

A iniciativa é organizada pela Fundação ‘Fratelli Tutti’, apresentando-se como “uma oportunidade para promover a fraternidade e a amizade social entre as pessoas e entre os povos como antídoto para as inúmeras formas de violência e guerras que ocorrem no mundo”.

Após uma manhã de debates, os vencedores do Prémio Nobel vão elaborar um “Apelo à Fraternidade Humana”.

Mais de 300 jovens, de vários países, vão dar vida ao “abraço da paz”, ao longo da Colunata de Bernini, na Praça de São Pedro, em ligação com “dezenas de praças no mundo”.

O encontro visa “oferecer alternativas possíveis que se construam com dignidade e justiça”.

“A ecologia, interpretada pelo Papa Francisco de forma holística, também será um dos temas abordados. Tudo está relacionado: os comportamentos de uma sociedade têm consequências para o meio ambiente e para a qualidade de vida humana”, acrescentam os organizadores do evento.

A iniciativa parte da encíclica ‘Fratelli Tutti’ (Todos Irmãos), publicada pelo Papa a 4 de outubro de 2020, na qual Francisco critica o ressurgimento de populismos, do racismo e de discursos de ódio, muitas vezes propagados pelas plataformas digitais e redes sociais.

“A história dá sinais de regressão. Reacendem-se conflitos anacrónicos que se consideravam superados, ressurgem nacionalismos fechados, exacerbados, ressentidos e agressivos”, alerta.

A encíclica aponta o dedo a “novas formas de egoísmo e de perda do sentido social mascaradas por uma suposta defesa dos interesses nacionais”.

Num texto que tem como temática central a fraternidade e amizade social, o Papa convida a deixar de parte o “desejo de domínio sobre os outros”.

“Para se tornar possível o desenvolvimento duma comunidade mundial capaz de realizar a fraternidade a partir de povos e nações que vivam a amizade social, é necessária a política melhor, a política colocada ao serviço do verdadeiro bem comum”, escreve.

A encíclica é o grau máximo das cartas que um Papa escreve e a expressão ‘Fratelli Tutti’ (todos irmãos) remete para os escritos de São Francisco de Assis, o religioso que inspirou o pontífice argentino na escolha do seu nome.

Francisco sublinha que o racismo é um “vírus que muda facilmente” e “está sempre à espreita”, em “formas de nacionalismo fechado e violento, atitudes xenófobas, desprezo e até maus-tratos”.

OC

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