Vaticano: Dialogar não significa renunciar à própria identidade

Papa Francisco recebeu membros do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso

Cidade do Vaticano, 29 de nov (Ecclesia) – O Papa recebeu esta quinta-feira membros do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso lembrando que dialogar “não significa renunciar à própria identidade, nem muito menos ceder a compromissos sobre a fé e sobre a moral cristã”.

“A verdadeira abertura implica manter-se firme nas próprias convicções, mas ao mesmo tempo aberto a compreender as razões do outro, capaz de relações humanas respeitosas”, disse Francisco perante os participantes na assembleia plenária do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, que teve desta vez como tema “Membros de diferentes tradições religiosas na sociedade civil”.

Fazendo uma análise sobre a atualidade mundial onde o fenómeno das migrações aumenta os contactos entre pessoas e comunidades de tradição, cultura e religião diferentes, Francisco alertou para a consciência dos cristãos que têm nesta proximidade “um desafio para a compreensão da fé e para a vida concreta das igrejas locais, das paróquias e de muitíssimos crentes”.

“O encontro com quem é diverso de nós pode ser ocasião de crescimento na fraternidade, de enriquecimento e de testemunho, é por isso que diálogo inter-religioso e evangelização não se excluem, mas se alimentam reciprocamente” sublinhou o Papa.

Francisco incentivou os cristãos a não renunciarem “às próprias convicções religiosas e morais, no exercício da profissão” contrariando assim uma mentalidade que defende que “a convivência só seria possível dissimulando a própria pertença religiosa, encontrando-se todos numa espécie de espaço neutro, isento de referências à transcendência”.

“O futuro está na convivência respeitadora das diversidades, não na homologação de um pensamento único teoricamente neutro, é imprescindível o reconhecimento do direito fundamental à liberdade religiosa, temos a convicção de que é por este caminho que passa a edificação da paz do mundo”, defendeu o Papa Francisco.

News.va/MD

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